Foi inútil. De nada adiantou o esforço inaudito e sobrenatural dispendido pelo técnico Oscar Tabárez para esconder o risco que seus atletas corriam: o tal de presideus brasileiro continuava torcendo por uma seleção sul-americana.
Bem no meio da preleção no intervalo do jogo Uruguai x Holanda, houve vazamento: os jogadores uruguaios ficaram sabendo que Lula estava com o pé na África e, pior de tudo, torcendo para eles. Deu no que deu. Três laranjaços derrubaram os cisplatinos. A seleção da Holanda é finalista.
Amanhã, Espanha x Alemanha pode dar qualquer coisa. Não há nenhuma ameaça de quebra de sigilo. Os dois são favoritos. É que Lula não torce para nenhum dos dois.
Alma lavada pela confirmação de seus prognósticos de que um pé frio pisoteava o continente africano, o que mais dói na consciência do Garanhão de Pelotas - o rei da premonição, é ter que confessar uma triste realidade: o único craque de bola que apareceu nessa Copa Jabulani foi o Maradona. Ninguém apresentou dentro de campo o show que ele deu na orla do gramado.
Bastou para Dilma imitar o seu ventríloquo favorito e dizer que ia para a África se o Brasil jogasse a final da Copa, para desencadear uma tragédia sul-americana em forma de efeito dominó na África: desabaram o Paraguai, a Argentina e, por fim, o Uruguai. É a Maldição do Pé-Frio.