31 de ago. de 2010

Cadê a chave da porta?!?

O Garanhão de Pelotas, quando assume a personalidade de telespectador atento às comédias políticas, veste seu saco de filó. Nessa segunda-feira, 30 de agosto, quase morreu de desgosto. Assistiu, de fio a pavio, à entrevista da postulante dona Dilma ao Jornal da Globo. Gravou tudo e agora antes que o filó não suporte, passa adiante o que conseguiu aguentar:

William Waack: - A senhora passou - até talvez por não ter disputado nenhuma eleição até agora - por uma grande transformação física. Cabelo, roupa, o jeito de falar... Foi difícil?
Dilma Rousseff: - Boa noite, William. Boa noite, Christiane. É, eu acho que esse é um processo diferente de ser ministra-chefe da Casa Civil. É, eu sempre digo que, como ministra-chefe da Casa Civil, a gente trabalha muito e tem muito pouco tempo pra você se relacionar com a população porque é um trabalho de bastidor, de construir, de estruturar um governo, de levar ele à frente. Então há uma exigência muito grande. Quando eu passei a ser candidata, eu acho que - vou te falar assim com sinceridade -, acho que é melhor, mais fácil porque implica em você ter contato com as pessoas, conseguir conversar com elas, fazer propostas. E é importante também você cuidar da forma como você aparece em público. Porque você vai, na verdade, aparecer pros 190 milhões de brasileiros, de uma forma ou de outra, ou através da TV aberta ou através do rádio, também, que você vai conversar. E, principalmente, eu acho que no contato pessoal. As pessoas gostam que a gente se cuide pra se aparecer pra elas. Então eu acho que isso foi bom pra mim. E eu acho que é bom também pras pessoas que me assistem, me veem.

Garanhão de Pelotas: - Inclusive é ótimo as pessoas saberem que, pelo SUS, podem todas passar por uma metamorfose ambulante tipo essa aí que dona Dilma passou. Afinal são só 190 milhões de brasileiros ganhando os salários que ela ganha e tendo acesso constitucional ao Sírio-Libanês; a dentistas que lhe encaixem a terceira dentição e cartão corporativo para ir ao oculista tratar do olho... Ops!... Ir ao oftalmologista!

Christiane Pelajo: Candidata, a gente tem visto muitos petistas envolvidos em escândalos na campanha da senhora. José Dirceu, por exemplo. Qual é o papel que ele terá num possível governo da senhora?
Dilma Rousseff: Olha, sabe, Christiane, eu não tenho discutido o futuro governo. Por uma questão, eu acho, que de respeito à população. Pra você começar a discutir um governo, eu teria de estar eleita. Eu acho que a questão que se coloca quando você está em campanha eleitoral é respeitar uma das questões mais importantes na democracia que é o voto do povo dia 3 de outubro. Se eu colocar a carroça na frente dos bois, em vez de eu discutir os programas do governo, em vez de eu dizer o que eu quero pras pessoas me escolherem como presidenta do Brasil, eu vou ficar discutindo uma coisa que não aconteceu? Por que, cá entre nós, pesquisa não ganha eleição...

Garanhão de Pelotas: - É parece que vai chover... O tempo tá uma coisa de louco, né não?!?

Christiane Pelajo: - Mas a senhora...
Dilma Rousseff: - O que ganha eleição é voto na urna...

Christiane Pelajo: - Mas a senhora...
Dilma Rousseff: - Dia 3 de outubro.

Christiane Pelajo: Mas a senhora não vê problemas em trazer de volta à política uma pessoa que teve direitos políticos cassados?
Dilma Rousseff: Eu vou te insistir com isso. Eu não vou discutir nem o Zé Dirceu, não vou discutir quem quer que seja. Outro dia colocaram que o Henrique Meirelles, outro dia colocaram que era o Guido Mantega, outro dia colocaram que era o Palocci. Eu, em princípio, não discuto nenhum nome pro meu governo...

Garanhão de Pelotas: - Sim, sim, entendi... A senhora é a favor da vida contra o crack. Não, não aquele craque tipo Neymar Ganso lá do Guarani, de Campinas... Aquele crack, o que faz barulhinho assim: crack! quando o pessoal fumamos adoidado.

William Waack: A senhora vai deixar...
Dilma Rousseff: É uma questão assim de princípio. Por quê? Porque eu tenho sido acusada também de estar querendo ganhar a eleição antes da hora e que eu quero sentar na cadeira antes. Eu queria dizer, gente, que quem sentou na cadeira antes foi o ex-presidente da República e que... acho, inclusive, por dois motivos eu não sento em cadeira antes. Primeiro porque eu respeito o voto popular. E em segundo lugar porque eu acho que dá azar sentar na cadeira e ficou visível que deu azar.

Garanhão de Pelotas: - Noossa! Minha experiência diz que, apesar dos pesares, tem gente que adora sentar... Com certeza são coisas do orifício, né não?!?

William Waack: - Essa é uma dose de superstição. Uma novidade.
Dilma Rousseff: - Como todo brasileiro e brasileira deste país.

Garanhão de Pelotas: - Como todo brasileiro e brasileira, vírgula! Tem gente entendida que não é chegada, dona Dilma!..

William Waack: - Agora, a senhora se recusar a discutir cargos e distribuição de cargos, a senhora vai deixar um monte de gente decepcionada. Seus aliados estão discutindo abertamente quem vai ficar com o quê. Não seria a hora de a senhora participar?
Dilma Rousseff: - Sabe, é comigo que sou, se eleita, a parte interessada ninguém fez isso até hoje. Todo mundo respeitou o fato de que em processo eleitoral a gente tem de levar em conta o interesse da população no fato de que ela tem de esclarecer. Segundo, tem de respeitar o dia do voto. É que nem futebol: todo mundo pode ficar fazendo prognóstico, mas, se um jogador de futebol sair dizendo que ele vai ganhar de 2 a 0, de 1 a 0, sem ter a bola na rede, é uma baita pretensão. Eu considero que seria pretensão da minha parte discutir qualquer consequência do processo eleitoral de 3 de outubro sem estar o último voto na urna às cinco horas da tarde.

Garanhão de Pelotas: - Sabe, como diz o mestre Lula, o negócio é deixar no vestiário a "estratégia de coalizão pela governabilidade" e meter bola pro mato que o jogo é de campeonato! Do peito pra cima, tudo é canela!

William Waack: - Já que a senhora usou o futebol, todo mundo escala o time antes do jogo.
Dilma Rousseff: - É. Todo mundo escala o time antes do jogo, mas aí é futebol e eu tô fazendo eleição.

Garanhão de Pelotas: - Pô que confusão... Mete o futebol no meio e depois tira. Tá dando bola fora desde o início e agora pega e diz que é dona das camisetas... Afinal quetimeteu?
Christiane Pelajo: - Candidata, a Receita Federal negou intenção política na quebra de sigilo no vazamento de dados de tucanos na semana passada. Integrantes do seu partido já foram envolvidos em montagem de dossiês contra opositores. Como é que a senhora pode dar garantias pra gente, pra população que isso não vá acontecer num eventual governo da senhora?
Dilma Rousseff: - Olha, eu tenho muito tempo de vida pública, Christiane. E jamais compactuei com nenhuma união mal feita. Tenho insistido que a acusação da oposição a mim e à minha campanha é absolutamente sem fundamento. Inclusive, entrei com seis medidas jurídicas contra o candidato, meu opositor - não eu, mas o meu partido -, e também pedi providências à Política... é, à Polícia Federal pra investigar esse fato. Eu considero que é absolutamente injustificável que uma pessoa acuse outra sem apresentar provas. Nós temos pedido sistematicamente que apresente provas. Aliás, se essa situação for colocada dessa forma, eu queria dizer uma coisa: o partido do candidato meu adversário tem uma trajetória de vazamentos e grampos absolutamente expressiva. Por exemplo, vazamento das dívidas dos deputados federais com o Banco do Brasil nas vésperas da votação da emenda da reeleição. Os grampos que existiram no BNDES e também os grampos feitos juntos ao próprio gabinete, o secretário da Presidência da República. Eu jamais usei esses episódios pra tornar o meu adversário suspeito de qualquer coisa porque eu não acho correto. Agora, eu também não concordo é que sem provas me acusem ou acusem a minha campanha. Eu tenho uma trajetória política. Na minha trajetória política, eu tive sempre absoluto respeito pela legalidade e pelo uso do dinheiro público. Então não vejo nenhuma justificativa para as acusações a não ser interesse eleitoral.

Garanhão de Pelotas: - Ainda bem, dona Dilma que a senhora é contra acusar sem ter provas. Pena que a senhora não tenha trazido o dossiê completo dessas denúncias que está fazendo aqui. Mas tá bom assim, a gente também não vê nenhuma justificativa para as acusações... A não ser interesse eleitoral.

William Waack: Candidata, a senhora tem uma longa história política. A senhora foi torturada durante a ditadura militar. Como é que a senhora se sentiu quando ouviu o presidente Lula comparar presos de consciência em Cuba a bandidos em São Paulo?
Dilma Rousseff: Olha, William, eu acho que a trajetória política e de vida do presidente Lula não pode permitir que a gente acredite que o presidente Lula foi uma pessoa que não lutou a vida inteira pelos direitos humanos. Eu, da minha parte, tenho consciência disso e tenho presenciado isso. Acho de forma, muito discreta inclusive, o Brasil é responsável pela soltura dos presos políticos. Eu não digo que ele é responsável, que seria também muita pretensão minha, mas eu acredito que o presidente Lula, o Itamaraty e todas as tratativas feitas de forma discreta - como deve ser feito, até porque, se você não fizer de forma discreta, você não consegue muitas vezes o seu objetivo - responsável pela soltura dos presos políticos em Cuba. Agora, eu da minha parte, tenho uma convicção, William. Sabe qual é? A minha vida pessoal, ela teve um momento muito duro. Eu vivi a minha juventude durante a ditadura e lutei contra ela do primeiro ao último dia. Tenho absoluta solidariedade com presos políticos. Sou contra crimes de opinião, crimes políticos ou crimes por pensar, por querer ou por opor e vou defender isso a minha vida inteira.

Garanhão de Pelotas: - Será que vai chover amanhã, vai dar praia, ou tem geada lá no Sul? Hein, os bandidos daqui também fugiram pra Cuba?!? Tá bem, tá bem, muitos já voltaram e andam por aí... sim, sim fazendo política.

William Waack: - Ou seja, a senhora jamais faria essa comparação?
Dilma Rousseff: - Não, eu não acho correto transformar o presidente e falar que o presidente tomou uma atitude errada nesse episódio. O presidente, eu vou repetir, foi responsável, um dos, pelas tratativas de soltura dos presos políticos cubanos.

Garanhão de Pelotas: - Como assim? Soltura de presos políticos cubanos? Quais, aqueles dois pugilistas que Tarso Genro mandou voando pro colo de Fidel? A propósito, eles vão bem?... A senhora já leu a carta que os dissidentes presos mandaram para Lula que não a leu até hoje? Olhe lá no blog Sanatório da Notícia que ela está lá na margem direita, com a assinatura de todos eles.

Christiane Pelajo: - Candidata, é notório que as Farc, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, estão relacionadas ao tráfico de drogas e também ao crime organizado aqui no Brasil. Por que a senhora hesita em chamar as Farc de narcoguerrilha?
Dilma Rousseff: - Eu jamais hesitei em chamar, falar que as Farc tem relações com o tráfico. É público e notório.

Christiane Pelajo: - Então a senhora está declarando aqui que as Farc são uma narcoguerrilha?
Dilma Rousseff: - Não estou declarando, não. O governo do presidente Lula acha as Farc ligadas ao crime, ao crime organizado e ao crime do tráfico de drogas. Nunca escondemos esse fato. Aliás essa história das nossas relações com as Farc foi muito bem respondida pelo próprio presidente, ex-ministro da Defesa da Colômbia, que disse o seguinte: em várias oportunidades, ele, ministro da Defesa, que combateu inequivocamente as Farc na Colômbia, conversou com elas, teve diálogo, porque tem momentos que sem ele ter o diálogo ele não consegue acabar e negociar a paz. Então, no Brasil, a gente tem de perder essa - eu acho assim - essa visão um tanto quanto conspiradora que muitas vezes se coloca. Se não se conversar, você não consegue inclusive a paz. E eu acho que ele foi muito feliz na resposta que ele deu pra uma revista nesse domingo - né?, foi domingo que saiu - em que ele diz: eu e outros políticos colombianos conversamos também.

Garanhão de Pelotas: - Ah, bom. A política colombiana Ingrid Betancourt tem certeza de que é conversando que a gente se entende com a guerrilha das Farc... Tem até um vídeo que mostra como os bandidos a trataram durante as sessões de estupro... O vídeo foi enviado aos filhos dela como forma de pressão para dar vida boa aos narcotraficantes. A cópia, desgraçadamente, rolou na internet.

INTERVALO

William Waack: - Estamos de volta para a segunda parte da entrevista com a candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff. Candidata, o seu tempo volta a contar a partir de agora, mais dez minutos. A senhora fez parte de um governo que tem sido criticado frequentemente por ter colocado na máquina administrativa muitos militantes do seu partido. Essa política prossegue?
Dilma Rousseff: - Olha, eu sempre digo uma coisa, viu, William. Eu acho que um governo é composto de políticos que tenham competência técnica. Vai prosseguir sempre... eu vou prosseguir nesse critério. Vou escolher políticos com competência técnica. Aliás, eu sempre conto uma história: acho que os técnicos são muito importantes, mas técnicos que não têm compromisso com o desenvolvimento do seu país, que não têm compromisso com a distribuição de renda do seu país, que não têm compromisso com a inclusão social do seu país, levam o país a situações muito precárias. Eu, por ato do ofício meu como ministra de Minas e Energia, me relacionei com vários ministros da América Latina. E, uma vez, estava em uma reunião, era véspera de Natal, e começou aquela conversa meio social, meio de final de reunião. "Onde você vai passar as férias?". Nós todos... Eu disse: "Na minha casa". Onde você mora? "Em Porto Alegre". Cada um, eram vários ministros. Um deles, que importa, disse: "Ah, eu vou também passar em casa". E aí eu estava em dúvida se ele morava numa de duas cidades daquele país e disse uma delas. Ele falou: "Não". Eu disse a outra, ele falou: "Não". Então onde é? Ele disse para mim: "Eu moro em Miami". A família dele morava em Miami, os filhos dele moravam em Miami, os netos dele moravam em Miami. Eu não acredito que alguém que não crie a sua família no Brasil, que não tenha interesse na educação dos seus filhos de qualidade no Brasil, que não sinta no coração amor pelo seu país a ponto de morar nele, de aguentar as consequências, todas as consequências da vida que você, que um governo vai produzir lá, seja uma pessoa confiável. Então eu sempre vou escolher políticos com competência técnica. E aí todos os do meu partido que foram políticos com competência técnica para cargos específicos ocuparão esses cargos. E isso não vale só para o PT, isso vale para todos que ocuparem cargos no meu governo.

Garanhão de Pelotas: - Todos que ocuparem cargo no seu governo, desde que tenham carteirinha de aliado. Não precisa ter diploma, nem ser apenas do PT. Não pode ser é tucano, demoníaco, coisa parecida. Ou a senhora vai chutar a tática da "coalizaão pela governabilidade" que dá mais voto que o Bolsa-Família?!? Pô, dona Dilma, essa doeu! No saco não vale.
William Waack: - Qualquer partido?
Dilma Rousseff: - Qualquer partido.

Garanhão de Pelotas: - Peralá, pensa que eu tô de bombacha? Eu sou gaúcho, mas não tomo chimarrão, não sei fazer churrasco e nunca montei... Mas, o dia que eu cair de égua não monto mais em cavalo.

Christiane Pelajo: - Candidata, o Brasil...
Dilma Rousseff: - Aliás, sempre disseram que eu era um pouco exigente, não sei se você lembra. Sempre disseram: "Olha, ela é um pouco exigente no que se refere à qualificação para cargos".

William Waack: - Ou quis dizer: "Não importa a carteirinha?"
Dilma Rousseff: - Olha, eu acho que a carteirinha, já expliquei, importa sim, se a carteirinha for isso que eu disse: o compromisso com o seu país. Política não é sempre uma coisa ruim. Política não é sempre uma coisa suja. A política pode ser responsável por transformar, como o presidente Lula fez nesses últimos oito anos, um país que vivia na desigualdade, na estagnação e vivia também no desemprego, num país que está crescendo, que emprega 14 milhões quando o mundo está desempregando 30 milhões e em um país...

Christiane Pelajo: - Candidata....
Dilma Rousseff: - Que tem uma, de fato hoje, um resultado social muito impressionante.

Christiane Pelajo: - Candidata, vamos mudar um pouco de assunto. O Brasil investe muito pouco em relação ao PIB e os investimentos dependem basicamente de Petrobrás e setor privado. Por que o governo Lula não conseguiu investir?
Dilma Rousseff: - Eu não concordo com a afirmação. Acho que houve um esforço extraordinário do governo Lula para investimento. E isso ficou, isso é visível hoje nos números. Nós aumentamos bastante o investimento público - óbvio que a Petrobrás aumentou o seu investimento, que a Eletrobrás aumentou investimento. Agora, os investimentos privados, por exemplo, na área de infraestrutura foram demandados por leilões do governo...

Christiane Pelajo: - Já que a senhora está falando de números, eu gostaria de dar alguns números aqui. Quarenta por cento da riqueza nacional do país vão para o governo e o governo só é responsável por dois por cento dos investimentos do país.
Dilma Rousseff: - Veja bem. É o tipo do dado que ele não tem precisão econômica, ele não tem precisão orçamentária. Porque é o seguinte: o governo, ele, infraestrutura, nós passamos mais de 25 anos sem investir. Hoje nós estamos fazendo as seguintes obras: interligação da bacia do São Francisco, seis bilhões de reais. Para levar o quê? Para levar água para 12 milhões de pessoas no semi-árido nordestino. Acabamos com a história do racionamento de oito meses que aconteceu no Brasil. Hoje, vocês não veem mais alguém dizendo que o Brasil corre risco de racionamento, porque não tem risco de racionamento. Você vê Jirau e Santo Antônio. Vou te dar outro exemplo....

Garanhão de Pelotas: - Cada vez fico mais satisfeito. Os dados dos outros não valem; os que o governo encomenda tem credibilidade. Como é bom ser governo. É a isso que se chama de controle social da informação.

Christiane Pelajo: - A senhora está satisfeita então com os investimentos no Brasil.
Dilma Rousseff: - Não. Eu não. Eu sou uma pessoa que jamais vou ficar satisfeita. Quando eu falo que o Brasil voltou a investir, eu tô dizendo o seguinte: nós estamos em uma longa trajetória. Vamos precisar investir muito mais. Por exemplo, em casa própria para as pessoas, voltamos a investir, saneamento. Saneamento, hoje, eu estava dando um exemplo aqui em São Paulo, que nós botamos em saneamento aqui em São Paulo 8,6 bilhões.

William Waack: - Candidata, parece haver um consenso, a senhora é economista, e parece haver um consenso entre os economistas. Primeiro: porque a nossa taxa de investimento é muito baixa em relação ao PIB....
Dilma Rousseff: - Eu concordo...

William Waack: -A senhora faz parte desse consenso.
Dilma Rousseff: - Concordo...

William Waack: - Há um outro consenso ainda....
Dilma Rousseff: - Chegamos a 19, né, William...
William Waack: - É, onde estamos mais ou menos....

Dilma Rousseff: - Não, nós queríamos ter chegado a 21...
William Waack: - A 24, 25...
Dilma Rousseff: - Não, a 21. Nós íamos chegar a 21, em 2009... houve a crise e nós caímos outra vez.
William Waack: - Eu quero chamar a atenção da senhora para outro consenso...
Dilma Rousseff: - Nós vamos retomar este ano.

William Waack: - Eu quero saber se a senhora faz parte desse consenso também, já que o primeiro a senhora admite que os investimento são mais baixos do que poderiam ser. Como é que o Brasil vai continuar crescendo, e não vamos crescer a mesma coisa que crescemos no primeiro semestre, o Ministro da Fazenda estava comentando isso agora, um pouco antes, à noite. Como é que nós vamos conseguir manter o mesmo ritmo sem fazer um severo ajuste fiscal. A senhora já está pensando nisso?
Dilma Rousseff: - Eu acho, eu sou, hoje, contra que se faça ajuste fiscal agora no Brasil.
William Waack: - Por causa de eleição? Ou porque a senhora não quer dizer ainda agora?

Garanhão de Pelotas:Você está percebendo, caro leitor dessa traulitada toda... Ela disse "Eu sou hoje..."?!? É que amanhã, vai ser devagar e sempre.
Dilma Rousseff: - Não, não, não, não. O Brasil teve de fazer ajuste fiscal porque precisou fazer. O que é ajuste fiscal? Ajuste fiscal é regime de caixa. Caracteriza-se pelo fato que na despesa você sai cortando: aumento de salário mínimo, aumento de salário. Você sai cortando qualquer despesa passível de corte. Ou seja, aquelas que não estão vinculadas. Investimento, saneamento, nem pensar. Ela caracteriza primeiro por isso. Como é regime de caixa, tem um lado da receita que todo mundo esquece. Sabe o que você faz? Você aumenta imposto.

Garanhão de Pelotas: - Não cogitaram, nem sequer sonharam em cortar os gastos com a máquina pública, com a terceirização dos encarteirinhados, com os cartões corporativos, com as 80 voltas ao mundo em oito anos...
William Waack: - Não tem jeito.
Dilma Rousseff: - Aumenta o imposto. Além de aumentar imposto, sentam no caixa. Então vamos supor que você seja um empresário. E aí você tem um crédito tributário, um crédito devido a você. O Fisco te deve e vai ter de pagar. Sabe o que é o regime de caixa? Te devolvem em 48 meses. Em vez de devolver automaticamente te devolvem em 48 meses. O Brasil não precisa passar por isso mais. Sabe por quê? Primeiro: a inflação está sob controle visivelmente. Nós estamos com US$ 260 bilhões de reserva. E a relação dívida líquida sobre PIB está caindo inquestionavelmente, está em 41 por cento. Nós inclusive tivemos que ter um aumentozinho em 2009, mas foi a única vez. Fizemos superávit todos os anos. Então, o pessoal que está defendendo ajuste fiscal está errado. O que nós temos de defender é outra coisa. O Brasil tem de crescer e tem de controlar os seus gastos, não pode sair crescendo e gastando dinheiro a roldão. Um governo que não controle direito os seus gastos, que não pegue o seu dinheiro e olhe se ele está devidamente aplicado não é o governo que eu defendo. Agora, defender ajuste fiscal como foi praticado no Brasil é um crime hoje.

Garanhão de Pelotas: - Epa! Deu a louca na Dilma... Ela está contrariando o chefe. E todo mundo sabe que até o Hitler era um cara bom.... Ele só não gostava de ser contrariado. E, sabe cumé quié isso companheiro, chefe contrariado dá tapioca no ventilador.
Christiane Pelajo: Candidata...
Dilma Rousseff: - Hoje nós estamos na fase do investimento, do planejamento, do controle e da fiscalização do gasto público, mas não estamos na fase do ajuste fiscal.

William Waack: - Contas externas... elas estão piorando. Como é que a senhora pretende inverter esse quadro?
Dilma Rousseff: - Olha, nós estávamos falando há pouco na taxa de investimento. Eu sou a favor da taxa de investimento ser cada vez maior. Como o Brasil começou um processo de investimento virtuoso, nós estamos tendo um desequilíbrio devido a uma discrepância entre nós e o resto do mundo. Enquanto as exportações nossas não têm mercado porque os Estados Unidos e a União Europeia, a OCDE toda está com um problema sério de crise ainda...

Garanhão de Pelotas: - Virtuoso, é?!? Um investimento cheio de virtude, né não?!? Ou será que a senhora quis dizer vultoso, volumoso?!?
William Waack: - Nós temos mais 15 segundos, candidata.
Dilma Rousseff: - Tá. Nós hoje somos mais importadores de bens de capital e bens intermediários que elevam a taxa de investimento. Eu acredito que o Brasil está convergindo para taxas de juros internacionais, porque eu acredito....
Christiane Pelajo: - Candidata, o nosso tempo encerrou...
Dilma Rousseff: - Que nós vamos reduzir a dívida. E aí o Brasil cresce.
Christiane Pelajo: - Candidata, muito obrigada pela presença da senhora aqui com a gente no Jornal da Globo.
William Waack: - Obrigado.

Garanhão de Pelotas: - Peraí, peraí... Ei, dona Dilma!... Quando é que a senhora vai falar sobre o Brasil que os brasileiros conhecem?!? Peraí, peraí, vem cá... Cadê a chave da porta desse paraíso que a senhora diz que vai governar?...Epa, opa! Quem foi que apagou a luz?!?

Fala, Dilma. Fala!

A turma que trata da campanha de Serra anda mesmo perdidinha Da Silva. É pior que o ataque do São Paulo. Se não chama o Rogério Ceni para bater falta, não faz gol em ninguém. Os marqueteiros serristas insistem, por exemplo, em diminuir os espaços de tempo de Dilma. Isso é de uma dunguice que não tem tamanho; nem o próprio Dunga seria capaz de um gol contra desses. A estratégia é deixar Dilma falar. Falar a mais não poder...
Ontem mesmo, a um só tempo, Dilma falando já como presidenta do Brasil, descartou a presença de Zé Dirceu no seu governo e praticamente recomendou aos tribunais que condenem seu aguerrido companheiro de antigas refregas.

Ao ser indagada sobre uma possível participação de Zé Dirceu na sua administração, ela o considerou carta fora do baralho, mas fez questão de ressalvar que o veto a Dirceu não significava um pré-julgamento. A emenda saiu pior que o soneto:

“Não acho muito provável. Ele não está participando diretamente hoje da atividade de governo então não acho provável” - disse num primeiro soprão e, tomando fôlego, emendou cheia de convicção:

“Eu não estou aqui fazendo a condenação do José Dirceu. Acho que no Brasil é importante que as pessoas que estejam na situação dele sejam condenadas rapidamente"...

Foi então que resfolegou tentando remendar: "É uma espécie de banimento social com o qual eu não concordo”. Aí já era tarde, Inês era morta.

RODAPÉ - Se Zé Serra não mudar urgentemente essa coordenação(?) de campanha acaba perdendo a eleição de outubro até mesmo para um poste falante. A campanha de Zé Serra já deveria ter passado de mão beijada todo o seu horário de TV para Dilma. Desde que só ela falasse.

RECUPERAÇÃO SUPREENDENTE - Paulo Henrique Ganso surpreendeu o grupo de médicos e fisoterapeutas que o cercavam no início de sua fase de recuperação: saiu correndo pelo corredor afora. Pensou ter escutado a voz de Lula.

ALTO PREÇO
É uma pena que o custo da TV por assinatura não permita ao povão ter acesso à televisão a cabo. Se tivesse, estaria livre do festival de pegadinhas de mau gosto dos horários políticos gratuitos. O barato sai caro.

REFÉM GARANTIDO
A partir desta quarta-feira começa a obrigatoriedade de uso de assentos fixos de bebê nos automóveis. Agora sim, os assaltantes levarão aslém do carro, a criança de de brinde.

TUDO DOMINADO
Pelo oficialismo da tropa de choque que cerca a construção do estádio do Corinthians para a "abertura" da Copa de 2014 em São Paulo, até a torcida do Curingão já botou nome na obra da Odebrecht: Carandiruzão.

PRIORIDADE
Quem foi que disse que a realização da Copa do Mundo era prioridade para o Brasil?!? Só em isenção de impostos a Fifa está levando mais de R$ 2 bilhões. Com o que o governo vai gastar em elefantes brancos pelo país afora, o Minha Casa, Minha Vida sairia do papel e seria, mais que uma conversa fiada, um programa social de verdade.

JOGADA
O grande lance da cartolagem que contou com apoio decisivo do governo, regionalizou a maracutaia de forma oficial e organizada. Cada cidade sede vai ser um ponto de referência para o tradicional superfaturamento e inchaço das obras nesse país. Cada estádio e suas circunstâncias será o canteiro de obras mais caro do mundo. Pior é que conta com a velha e surrada desculpa de gerar emprego e crescimento. A Copa de 2014 será o grande PAIC - Plano de Apropriação Indébita da Copa.

O SOM DO SILÊNCIO
Soterrados, os mineiros chilenos falaram ontem pela primeira vez ao telefone.

Tiveram um minuto cada um para manter contato com seus familiares e amigos.

Lula - o Presideus, não ligou para eles. Os mineiros quase perderam as esperanças.

30 de ago. de 2010

Jornalismo com patrão não tem coluna vertebral

O Jornal do Brasil, o velho JB cansado de guerra chega às bancas pela última vez amanhã. Dívidas e baixa vendagem levaram o diário de 119 anos a optar pela internet como única plataforma. Se continuar dependendo da verba dos mesmos patrocinadores oficiais que lhe adoçaram a boca por mais de um século, o JB Virtual vai dar os doces mais cedo ou mais tarde. Deve aproveitar o tempo web para contar as verdadeiras razões de sua derrocada.

Um jornal é como um grande craque de futebol. O jogador não pode perder suas virtudes para as exigências de um bom contrato; o jornal não pode entregar sua opinião e nem suas pautas para os grandes patrocinadores. Nos dois casos haverá sempre uma irremediável perda de identidade.

Se o presidente do clube passa a dizer ao craque como é que ele deve dominar a bola, dar o drible, chutar a gol - melhor seria escalar o presidente; se o governo - maior patrocinador do país passa a dizer como deve ser escrito o editorial, como e com quem devem ser feitas as entrevistas, o jornal perde a coluna vertebral, sua única e verdadeira base de credibilidade.

Jornalismo não pode ter patrão. Opinião não pode ter preço. Quem escreve em nome de estatais não pode informar sobre política. As colunas de suas páginas perdem a força para os logotipos governamentais; não formam opinião - editam conceitos sob encomenda.

O jornal deixa de ser um fator de transformações sociais e vira uma simples, volumosa e desgastante sinopse da história oficial, que não causa azia aos governantes, mas tanto mal faz ao fígado dos jornalistas que se deixam seduzir pela mais antiga forma de chantagem escrita: o toma-lá-dá-cá.

RODAPÉ - O que o Garanhão de Pelotas mais teme, está explícito lá no rodapé do título do blog Sanatório da Notícia: Você tem que ter medo é do que o governo é capaz de fazer com qualquer um.

Brasil de segunda

CUIDADO!
Você está prestando atenção apenas na disputa polarizada entre a postulante Dilma e o desestimulante Serra. Dessa competição você não tem como se sair bem. Paciência. Há o perigo iminente de você se dar mal também na eleição para governador. Ligue-se, você pode ser um dos que vai desencapar o fio para o desastre do seu estado. A maior ameaça, no entanto, está na escolha dos deputados, senadores e seus desvotados suplentes. Não esqueça que a maioria no Congresso é que bagunça o Brasil. Depois não se queixe da volta da CPMF, o imposto de achaque ao cheque; não reclame dos índices ridículos de aumento de salário; não fique resmungando porque voltou à censura e a perseguição à liberdade de expressão. Não dê um pio. Você merece. Aquele riso deles nos cartazes de propaganda não é para você; é de você. Cuidado!

DIETA
Estamos a pouco mais de trinta dias das eleições e Zé Serra continua de regime. Não demonstra o menor apetite para ser presidente do Brasil. Limita-se a engolir as doses de marketing da campanha de Dilma e suas promessas de fazer em quatro anos o que Lula não fez em oito. Ao invés de virar a mesa e colocar tudo em pratos limpos, prefere ficar à míngua.

VERSÃO
Zé Serra nesta campanha parece a versão desmilinguida de Ronaldo Fenômeno no Corinthians. Acha que entrar em campo e jogar só por jogar já é o bastante.

LIGA PRA MIM
Afinal, o que é mesmo que está acontecendo? Lula ainda não foi até aquela mina chilena para salvar os 33 trabalhadores soterrados. Nem sequer detonou a presença da Nasa no local. Nenhuma mensagem; nenhum e-mail; nenhum bilhetinho; nenhuma ajuda humanimonetária... Parece até que as relações com o Chile nunca mais foram as mesmas depois que o conservador Sebastián Piñera assumiu a presidência...

O ESTILO
Político acredita até nas pesquisas que ele mesmo manda realizar. Agora que alcançou o empate de 36% a 36% com Joaquim Roriz no Distrito Federal, Agnelo Queiroz adotou o mais puro estilo PT de fazer campanha. Disse ontem e não mandou dizer que "Roriz é o político que mais responde processos criminais no Brasil. Se há alguém que deveria estar na cadeia é ele". Tudo bem. Há um pouco de exceção nisso aí e muito de verdade também. A exceção é que a turma toda do Arruda e a "quadrilha" dos 40 mensaleiros de Dirceu também já deveriam estar atrás das grades. Isso Agnelo não disse, limitou-se à verdade que cabe em Roriz. O que há de didático nisso tudo é o estilo de fazer campanha. A turma do Zé Serra, ainda não aprendeu.

INDA QUE MAL PERGUNTE
é Serra nem precisaria chegar a tanto, mas umas perguntinhas de vez em quando não fariam mal a ninguém. Ele até pode nem ser curioso, mas muita gente gostaria de saber coisas assim: de onde vem essa amizade com Sarney? Que paixão é essa por Fernandinho Beira-Collor? Já comprou gado de Renan?


Cadê Dirceu e seus 40 mensaleiros? Qual é o próximo dossiê? Qual é mesmo o seu salário, minha senhora? Quando foi seu último concurso público para conseguir emprego? Que fim levou sua lojinha de bugigangas "Pão & Circo" lá em Porto Alegre? Quanto ficou no fundo do cofre da Secretaria da Fazenda de Porto Alegre, quando a senhora resolveu abandonar o governo Alceu/Neuza Collares? E o que foi que restou da Secretaria Municipal de Indústria e Comércio depois de sua passagem por lá naquele mesmo governo? Essa gente é mesmo "irresponsável e louca"?!?

Por que a senhora abandonou a Diretoria Geral da Câmara Municipal da capital gaúcha, nomeada pelo então vereador Valdir Fraga, antes de terminar seu prazo de contratação?

O que a senhora nos diz da sua atuação na Secretaria de Minas e Energia, onde e quando resolveu incentivar a criação da Térmica Gaúcha, em Montenegro? É verdade que os sócios - CEEE, do governo estadual; Ipiranga; Petrobrás - quebraram a usina antes mesmo de começar e tomaram um prejuízo de R$ 100 milhões? Sim, ou não?

Quantos votos a senhora teve na última eleição? Seu tratamento linfático foi pelo SUS? É bom ser conselheira da Petrobras? O que é mesmo "controle social da mídia"? Você sabe quem é Antonio Palocci? Conhece bem o Zé Eduardo Dutra? Cadê o PAC? E o Fome Zero? Você conhece o Lulinha? E o Vavá? Você é casada, tem filhos? Como foi que a senhora inventou o Bolsa-Família? Traduza por favor, em linguajar popular, esse último pronunciamento que a senhora acaba de fazer.

Quem não tiver curiosidade bastante para saber dessas coisas, não tem perfil nem têmpera para ser candidato à Presidência da República do quinto maior país do mundo em extensão territorial e forte candidato a ser o campeão mundial em chifrudos políticos por metro quadrado.


PAPAPINHA DA VEZ
Essa onda de violação de sigilos que o governo Lula banaliza e a postulante Dilma desdenha como armação de dossiês contra tucanos e outros adversários de somenos importância, vai ser esclarecida. É só uma questão de tempo. Tempo para pensar. Para pensar em quem deve cair a culpa. O Serpro é a papapinha da vez para cair na boca do Leão da Receita.

A MARCHA
Zé Serra, mais do que ser presidente, gosta de ser candidato a presidente. Isso ele pode garantir a cada quatro anos. Pelo sorriso que ostenta, já não tem muito tempo para isso. Daqui a quatro anos, mesmo nessa marcha-lenta de hoje, o corpo-a-corpo vai ser uma grande aventura. Vai ser marcha-ré.

IGUAIS
Pelo visto, o tucano Zé Serra assim como o PMDB, não gosta de ser presidente. Deveria voar para os postes peemedebistas. Assim, ficaria sempre pousado no poder, sem o compromisso de ser presidente, mas aninhado num bando com plenos poderes, inclusive para dissimular que critica os governos.

TESOURÃO
Franklin Martins - o Homem da Tesoura, quer "democratizar" a informação no país. Quem da mídia brasileira teria se queixado de falta de democracia para ele?!? Não se conhece nenhum caso de azia, na comunidade do jornalismo independente e opinativo.

QUIUSPARIU
Chamar hipócrita e deslavadamente a censura de "controle social da informação" é um eufemismo tão safado quanto aquele que se usa quando se manda um filho dessa e daquela ir pra planfa que o lamblanfa.

O VINGADOR
Quanto mais chamarem esse ministro contador da História Oficial de dedoduro, alcaguete, censor, Homem da Tesoura, Tesourão, mais ele ficará à vontade para consumar seus instintos de vingador dos guerrilheiros urbanos e do Araguaia. Enquanto a midia inteira não disser apenas o que ele quer que seus chefes ouçam, ele não descansa.

MAIORIA ESMAGADORA
Se os brasileiros elegerem em outubro a maioria que o próximo governo quer ter no Congresso, a Mulher da Tesoura reinará absoluta para cortar fundo a liberdade de expressão, forma mais antiga de aprisionar o pensamento. Eles só estão esperando as melancias se acomodarem na carroça. Ao invés de atirarem pérolas aos porcos, jogarão a lavagem que estão preparando.

CONTÁGIO
O vírus da corrupção não foi descoberto durante o governo Lula; foi apenas reviogrado. Foi inoculado na população e virou caso fisiológico para a nação: o corpo faz o que a cabeça manda.

28 de ago. de 2010

Foto: R. Stuckert/PR
Ah, se a postulante dona Dilma tivesse essas confianças! Não precisaria encomendar essas pesquisas eleitorais para, em outubro, ter mais que isso aí de Lula: pegar o seu... lugar no Palácio.

27 de ago. de 2010

Lula é o gato preto do PT que é 13

O Garanhão de Pelotas - nosso correspondente especial para assuntos de ocultismo, batuque, bruxaria, reza forte, anda pra lá de invocado com essa maré de azar que os ares governamentais vem soprando pra cima do mundo esportivo nacional.

Para ele, não é por nada que, em sendo lula, se pode ser um camaleão; nem por muito menos que, em sendo assim, se pode ser um gato, um gato preto. O Garanhão entende que não será por muito mais que lula é um camaleão, gato preto e pode muito bem estar com a macaca. Pondera que, em sendo assim, não é por nada que o número do PT é 13.

O nosso supersticioso nobre falido, garante que o Brasil - País do Futebol, vive a era do enguiço, da inhaca, da desdita.

Ele jura que time que sobe a rampa do Palácio, mesmo que entre lá com o pé direiro, parece que quebrou um espelho; jogador então, ainda que deixe um um vidro cheio de sal grosso no canto do gabinete, sai de lá como se tivesse passado por baixo de uma escada.

O Garanhão de Pelotas diz que, num simples átimo de tempo de um reles aperto de mão, a vida desanda. E ele alerta relembrando:  - O Corinthians foi parar na Série B; Ronaldo virou fenômeno de obesidade; Dunga, acabou aonde o diabo perdeu as botas e Ganso, no hospital.

Lá dentro do Palácio, ou até num gabinete itinerante, cada troca de passe, ou um simples cabeceio pra lá e pra cá, tem o peso de uma bolsa Kelly apoiada no chão: é prejuizo na certa, o dinheiro foge pelo ladrão - jura o Garanhão fazendo figa.

E pede atenção: - Olha só o que aconteceu com Ronaldo Fenômeno depois que andou dando cabeçadas lá na sala do Cara... Com Dunga, depois do bota-fora rumo à África do Sul... Com Guga Kuerten, depois de algumas raquetadas; com a peça pespegada na testa de Felipe Massa; com Rubinho Barrichello... Bom, aí já seria perseguição... E com o ministro do Esporte?!? Até tapioca caiu no colo dele!

O Garanhão avisa que Neymar depois do abraço e da foto, apenas perdeu mais um penalti. Por enquanto. E informa que seus assessores, porém, já tomam providências para uma possível visita do presideus à Vila Belmiro: decidiram deixar uma vassoura de cabeça para baixo atrás da porta.

Especuladores garantiram ao Garanhão que a turma que pratica esporte de qualquer modalidade no Brasil já está providenciando um estoque de plumas que serão usadas - quando Lula largar o osso da Presidência - em sessões quinzenais permanentes de cócegas na sola dos pés do Cara. A idéia é, mais do que fazer graça, provocar coceira: tradicional prenúncio de viagem ao exterior. Afinal, a Copa de 2014 e os Jogos de 2016 estão aí, quanto mais longe a urucubaca, melhor.

O nosso correspondente internacional informa também que há atletas - de todos os sexos e esportes - que andam tirando plantão à noite só para ver se enxergam uma estrela cadente para poder fazer um pedido. Claro que o desejo é segredo. Do contrário, o sonho não se realiza. Mas, há um ar de enorme coincidência entre os plantonistas quando se fala em convites para conhecer os corredores do Palácio do Planalto e seu mais ilustre habitante.

O Garanhão calcula que a essa altura, a orelha do Cara já deve ter esquentado de repente. Ele saberá então que alguém está falando mal dele. Só irá descobrir quem são seus detratores se passar a ter sintomas de azia. E, então o nosso relator antecipa: - Dessa ele não vai se livrar tão cedo, pois o contraveneno indicado é morder o dedomindinho da mão esquerda. Esse seria o único jeito de fazer os faladores morderem a própria língua.

Sabe aquela sensação de espelho quebrado, lá de cima, no início desse freela do Garanhão? Livre-se logo dela, pois se você ficar olhando o reflexo partido vai ser pior: você vai se sentir como se tivesse quebrado a própria alma. Vai ter sete anos de azar - só um a menos do que dois mandatos seguidos.

Da parte de Paulo Henrique Ganso, ainda não se sabe nada. Ele está de quarentena, mas no que toca a Neymar, seu empresário já lhe disse para usar os meiões do lado avesso no próximo jogo. É sinal que boas notícias estão por chegar.

Pode ser o Zagallo chegando com um contrato milionário para o garoto ir jogar em Astana, capital do Cazaquistão - alegra-se o otimista Garanhão de Pelotas.

A benção e o dom da ubiquidade

Ontem na Bahia de São Salvador, terra de Nosso Senhor, a Praça Castro Alves era do povo. Do povo adorador de Lula.

De folga, uma vez mais do cargo de presidente da República dos Bananas, ao lado da postulante Dilma o presideus foi consagrado por seus adoradores com gritos de "você volta!". Era a saudade do futuro. A galera agradecida mal pode esperar pelo terceiro mandato, em 2014.

O grande cabo-eleitoral depois de discursar até que seu governo mudou a América Latina, cantando vitória antes do tempo, Lula soltou as penas e, olhando nos olhos da postulante, cantou de galo preto: "Você vai ganhar a primeira que você participou. Eu perdi tanta eleição que eu chegava em casa e Marisa falava assim para mim: chega, né?".

E aí, ao explicar porque escolheu Dilma para sua sucessora, transformou seus 40 ministros em cocô de cavalo do bandido: "Ela se fez respeitar como ministra da Casa Civil. Sabiam que ela sabia até mais do que eles... Ela vai fazer mais e melhor do que fizemos".

Deu-lhe a benção e o dom da ubiquidade. Ela vai ocupar a cadeira dele no Palácio e despachar nos 40 ministérios brasileiros a um só tempo. Despacho, na Bahia, nunca é demais.

Depois, simulando que não queria falar sobre as pesquisas, Dilma - A Divina, fez que tirou o salto alto ebotou as sandálias da humildade: "Pesquisa é como futebol que o presidente Lula tanto gosta de dar de xemplo. Em jogo de futebol, só vale bola na rede. Em eleição também, só vale voto na urna". E logo divinizada, desceu do palanque à terra e foi abençoar os comuns mortais das redondezas da praça.

Não disse nada sobre o pênalti perdido por Neymar, nem sobre a contusão no joelho que vai afastar Ganso do futebol por pelo menos seis meses. Eles tinham recebido na véspera abraços e queijos de Lula que, com a desculpa de elogiar seu futebol, posou com eles para a posteridade.

Em matéria de palpite em futebol, Lula é dez vezes pior do que o Pelé. Se Romário estivesse ontem lá na Bahia, diria que nessa área "Lula calado, é um poeta"!

República de Bananões

Assim como Lula e Dilma banalizaram as condenações por desrespeito à legislação eleitoral, reduzindo as infrações a multas irrrisórias para os cofres do partido e dos doadores de sangue alheio às campanhas políticas, os institutos de pesquisa já começaram a desdenhar da obrigação de cumprir a lei e revelar os locais onde realizam seus levantamentos.


Ibope, Datafolha, Sensus, Vox Populi pulam esse quesito e vão em frente. Nesse meio tempo, a popularidade de Lula se transfere para a bolsa de Dilma.

Se você perguntar ao Tribunal Superior Eleitoral se isso é legal, ele vai responder que não. Vai dizer que há obrigação de indicar o número de entrevistados em cada cidade. Se você continuar metendo o nariz onde não é chamado, mas onde deve meter o bedelho por direito e respeito à cidadania, o TSE vai ripostar que não sabe se haverá punição para os infratores.

Assim é que as pesquisas sob encomenda que vem sendo realizadas podem merecer de você todo o crédito do mundo, embora nem precisem chegar a tanto para você bancar o bananão: basta acreditar por aqui mesmo no Brasil Da Silva, em lugar incerto e não sabido.

RODAPÉ - Com o que vem de cima nos atinge, todo mundo pode seguir o mau exemplo do presideus e sua musa. É só fazer o que os institutos já estão fazendo: supervalorizar a esperteza e banalizar o engodo, a hipocrisia, a contravenção - bem como já se fez com os escândalos dessa elite lulática de "pessoas não comuns" que edificam e consolidam a República dos Calamares... Ou das Bananas.

A Maldição que vem do Frio

Foto: Presidência da República
O Peso de Neymar e Ganso

Hoje Hoje o Santos volta a campo. Neymar e Ganso carregam nas costas o peso do time inteiro. Principalmente, hoje, primeiro jogo depois do encontro com Lula, em São Paulo. Bota peso nisso. Ficar frente a frente com Lula é a maior bola nas costas. (Este texto foi postado na véspera do jogo Grêmio x Santos, em Porto Alegre).

Reprodução/AE
Foi só a crônica de um azarão anunciado. Como se vê aí acima, Neymar e Ganso se encontraram com Lula, a pedido do próprio presideus. No dia seguinte, Neymar perdeu um penalti, Ganso torceu o joelho e só volta a jogar no ano que vem. Depois de fevereiro e olhe lá.

THE DAY AFTER
Mais do que produzir o efeito day after em Ganso, Lula desestruturou o time do Santos que vinha recriando o futebol-arte no Brasil.

EFICÁCIA
Pelo que aconteceu com Ganso logo depois de se encontrar com Lula, dá para perceber que a campanha do governo (?) contra o crack tem tudo para dar certo. Acabar com craque é uma das especialidades de Lula.

FORA DE MODA
O caso Bruno/Eliza já caiu de moda. Nem a torcida do Flamengo está sentindo mais a falta do seu goleiro titular.

EM CAUSA PRÓPRIA
Agora é lei: falar mal de pai ou mãe para filhos vira crime. O Pai do Brasil sancionou a medida nesta quinta-feira. Legislou em causa própria. Agora se o Zé Serra, ou o Índio falarem do Pai dos Pobres e da Mãe do PAC para os brasileiros, eles viram criminosos. Essa doeu mais que a palmadinha. O melhor mesmo é levar tudo na esportiva.

NA MOITA
Assim como quem não quer nada, mais na moita do que o relaxamento da extradição de Ceare Battisti - ilustre hóspede de Tarso Genro na Papuda - Lula assinou ontem o decreto de concessão da usina Belo Monte, no Pará. Uma vez mais fez o que bem entendeu e sempre quis. Ele não acaba o mandato sem recriar a CPMF, o imposto do achaque ao cheque. Gol contra é o que não falta.

ORA DIREIS, PESQUISAS...
IPSC - Instituto de Pesquisas Sem Compromisso revelou que, levantamento feito em todo o território nacional de fio a pavio, prova que 100% dos cartazes de propaganda política mostram os candidatos sorrindo. O dado comprova: não há candidato sério. Isso é que é goleada.

FIDELIDADE
O IPSC publicou dados também sobre pesquisa feita no jogo Flamengo x Atlético-MG: 100% dos ocupantes do ônibus que transportava os jogadores do Atlético torciam para o time mineiro.

CREDIBILIDADE
O mesmo instituto de pesquisa de opinião pública foi a um núcleo recém-inaugurado do programa Minha Casa, Minha Vida. Lá deu 150% de popularidade para Lula. Detalhe: os 50% de excesso eram para Dilma. Vai ganhar sem ter que disputar o segundo turno.

VÍCIO COMPULSÓRIO
Qualquer campanha contra qualquer o vício é sempre bem-vinda. Mas, em São Paulo, é malhar em ferro frio: cientistas alertam que respirar o ar paulistano equivale a fumar dois cigarros por dia. Nem o Gerson nos bons tempos fumava tanto.

MEDIOCRIDADE TRICOLOR
Enquanto o São Paulo segue ladeira abaixo, o atacante escorraçado Washington Coração Valente, vai metendo suas buchas a cada joguinho do Fluminense. A mediocridade sampaulina dentro de campo sai pronta do vestiário, depois de ser inventada nos gabinetes da direção. Não é nada, não é nada, empatar com o Vasco é derrota.

TABELA
Fluminense, Corinthians, Botafogo e Santos. O campeonato brasileiro está empatado entre dois times paulistas e dois cariocas. O Fluminense é o goleador.

PODE GOZAR

A Justiça Eleitoral voltou atrás e agora liberou geral. Os comediantes já podem gozar à vontade com a imagem dos políticos. Difícil é fazer uma piada mais engraçada do que um político metido a sério no Brasil. A medida vai servir apenas para mostrar a escassez de humoristas num país que já tem tanto candidato. E o pior é que ninguém notou como, no meio deles, o Tiririca nem parece palhaço... É como diz o filósofo aliado de Dilma, o des/engraçado Tiririca: Pior do que tá, não fica!

26 de ago. de 2010

TAROT
Quem não vota nem a pau em Dilma seria bem capaz de votar em Zé Serra, se ele próprio demonstrasse apetite pelo cargo de presidente da República que ele se meteu a disputar. Serra, porém, não mostra fome nem sede para sentar à mesa dos arcanos e ainda deixa o grande apostador dar as cartas e jogar de mão. O triunfo só tem chance de ser alcançado quando Índio deixar de ser oculto.

DISPUTA
Atentado no Iraque matou 60 pessoas, ontem. Desse jeito vai acabar se igualando aos índices de mortalidade por bala perdida no Rio de Janeiro.

A ESTRATÉGIA
Alguém precisa explicar a estratégia de combate ao crime adotada pelo governo carioca. O combate é contra as facções CV - Comando Vermelho e TC - terceiro Comando. Enquanto isso, a ADA - Amigo dos Amigos, relaxa e goza nos morros da Rocinha e Vidigal. Vai ver que estão clonando a tática de Lula, a chamada "estratégia de coalizão pela governabiolidade".

A DIFERENÇA
Não se conhece no nenhum instituto de pesquisa de opinião que tenha errado em qualquer eleição da história do Brasil. Então, se um levantamento indica que Dilma está livrando 20 pontos de vantagem sobre Serra. Pode crer, é verdade. Claro, com dois pra lá, dois pra cá - que um pé na frente e outro atrás não deixa ninguém capenga. Quem está fazendo mesmo a diferença é Zé Serra que só pensa naquilo: um dia vai ser ministro da Saúde outra vez.

O CÉU É AQUI
Um dos cinco países do mundo no ranking da baixa educação e da altíssima violência urbana, o Brasil já está sendo considerado nos foruns internacionais como um paraíso de bandidos e de burros.

ELES DÃO RISADA
Não há nenhum, poster, nenhum banner, nenhum cartaz, nenhum panfleto, nenhum santinho de propaganda política por esse Brasil afora, em que o candidato não esteja rindo na foto. Faz sentido, nenhum político é sério.

25 de ago. de 2010

Abandono de serviço e Desvio de Funções

Despido por si mesmo do manto de presideus da República, Lula da Silva voltou a ser aquilo que ele mais sabe fazer na vida: cabo eleitoral. É a sua única vocação. O resto é aporrinhação. Faz, quando faz, porque tem que fazer. Na segunda-feira, o presideus estava nu.


E foi assim que apresentou seu poste iluminado como a "presidenta" Dilma para os metalúrgicos do ABC paulista - únicos trabalhadores que contam para Lula, desde que se conhece por gente.

O streap-tease político se deu numa daquelas chamadas "assembleias especiais" que juntou quase 6 mil trabalhadores na porta da Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.

O presideus canonizou Dilma de "presidenta" e saltitou fora das tamancas altas dizendo que pesquisas não ganham uma eleição sozinhas. Aí, professorou: "Quanto mais as pesquisas ficam favoráveis, mais a gente tem de assumir responsabilidade".

Como assim?!? Quer dizer que pesquisas desfavoráveis merecem menos trabalho, menos responsabilidade?!? Ah, bom.

Ele fez o périplo com os candidatos que promove, depois das seis horas da tarde. Fim estabelecido por ele mesmo ao seu expediente como presidente do Brasil e início de suas atividades como cabo-eleitoral. O Brasil, daquele momento em diante, estava certamente sendo presidido pelo vice Zé Alencar que estava tratando de sua luta contra o câncer e, da paternidade rebelde que assombra parte da herança que vai deixar. Ou o cargo entrou em período de vacância. Mas isso, para Lula não é nada.

No esperto passeio Lula estava ladeado - e até meio que perseguido - por Aloizio Mercadante e Marta Suplicy. Com Dilma pela mão, Lula tomou ares de notalgia e cantou loas à "importância" de levar a postulante do PT ao Palácio para diante da porta de uma fábrica, onde a história política dele começou, quando a de metalúrgico já terminara há bom tempo.

Aí, deitou e rolou. Sua verborragia é boa para essas coisas e nessas horas: "Era importante Dilma pegar energia aqui, na porta de uma fábrica, onde tudo começou." A energia a que ele se referia por certo não era a mesma energia do Ministério das Minas que Dilma ocupou por unção, honra e glória do governo petista.

No cordão dos puxa-sacos estavam também Antonio Palocci e Zé Eduardo Martins Cardozo, coordenadores da campanha da nova versão da Mulher da Tesoura. Lá se encontravam também o ínclito senador Eduardo Suplicy e antigos companheiros sindicalistas do ABC.

Na caminhada pelas beiradas da fábrica, Lula saiu cumprimentando a platéia e assumindo o papel de mercador de ilusões: "Não é sempre que um trabalhador pode pegar na mão de uma mulher presidente da República". Pura retórica, já que Dilma não é presidente. Pura retórica, porque - se chegar a ser presidente - aqueles ali não apertarão de novo a mesma mão que hoje lhes foi estendida.

Os encargos presidenciais são exaustivos, consomem a agenda dos seus donos; há despachos, viagens, almoços e jantares que se antepõem ao contato direito com a massa. Massa, povo - fique bem entendido - porque massa e tempo para macarronada e pizza é o que não falta.

Na sua sessão nostalgia, Lula relembrou para Dilma: "Aqui, passamos um pouco de tudo". E preciso foi rememorar, posto que o passado de um não foi o mesmo de outra.

E assim passeando à vontade e bem disposto, desnudado das obrigações presidenciais, Lula passou a conversa uma vez mais nos trabalhadores que o cercavam. Ele se propôs até voltar a panfletar diante das fábricas. E então, boquirroto, fez piada: "Como vou perder o emprego em 1º de janeiro, nada como aprender a entregar panfleto outra vez".

Lula parece que usa band-aid, gosta de viver perigosamente. Brincou com uma coisa séria. É que se ele ainda fosse metalúrgico, não perderia o emprego em 1° de janeiro. Seria demitido na segunda-feira mesmo.

Demitido por abandono de serviço, por infidelidade aos patrões e desvio de funções: deixou de cumprir suas obrigações trabalhistas para com todos que pagam o seu alto custo de vida, para trabalhar apenas para a postulante Dilma e seus aloprados.

Nas relações entre empregado e empregador, infidelidade é pior do que jogo de bingo que, conforme o próprio Lula,"é pior que prostituição infantil". Infidelidade, desvio de função, abandono de serviço não tem hora para serem cometidos. Mesmo que o erro grosseiro seja depois do apito das seis. (Roteiro: base reportagem Estadão)
TURMA DA TESOURA
Franklin Martins é a porção masculina da nova mulher da tesoura no Brasil. É aquele que não resta a menor dúvida. E se algum sintoma persistir, pergunte ao Marcelo Madureira, da turma Casseta & Planeta, como é eficaz o serviço de comunicação do governo quando se trata de recadinhos enviados pelo gabinete de propaganda pedindo que não brinquem com o governo Lula.

CORTE
Pensando bem, a Turma da Tesoura anda cortando a Turma do Casseta & Planeta que gosta de cortar fundo a politicagem na TV.

LAPIDAÇÃO
Os coordenadores(?) da campanha de Zé Serra deveriam prestar mais atenção no jeito PT de fazer política. No debate de ontem com Geraldo Alckmin o irrevogável Aloízio Mercadante parecia até um iraniano lapidador, súdito de Ahmadinejad. Tacou pedrada o tempo todo pra cima de Alckmin, sem medo de ser feliz. A salvação de Serra está nas flechadas que Índio, seu vice para efeitos de combate eletrônico, pode disparar contra o governo do PT.

REDUZINDO O PARCEIRO
Agora que as pesquisas, com saborosa margem de acerto, indicam a vitória de Dilma já no primeiro turno, ela e Lula se concentram em promover os candidatos do PT. A meta é fazer o PT eleger um número maior de candidatos do que o PMDB. É a única saída para o PT governar mais do que o seu maior companheiro de épocas eleitorais, o partido da carona oficial. Afinal, se eleita, Dilma precisa ser mais presidente do que Michel Temer ser vice. Isso só será possível se o PMDB encolher ao sair dessa imensa lavanderia de outubro.

O LONGEVO
Dilma está tão remoçada que nos fortuitos encontros para debates na TV, o vetusto Plínio Sampaio apenas a cumprimenta com cordiais e civilizados apertos de mão. Não beija. Poderia deixar no ar um certo ar de pedofilia.

O MAIS FELIZ
Lula agora diz que "serei o homem mais feliz do mundo" assim que deixar a presidência. Certamente o será. Por enquanto ele é só o homem mais feliz do Brasil.

Pior do que tá não fica!

A estratégia de Lula da "coalizão pela governabilidade" está a caminho de dar certo, uma vez mais. Michel Temer - o vice engolido inteiro por Dilma para ganhar a corrida até o Palácio - já avisou que, em chegando lá, quer "o poder repartido meio a meio".

Nuncanahistoriadessepaís, um presidente garantiu com tanta solidez o seu retorno ao cargo quatro aninhos depois. Michel Temer vai engolir Dilma e banquetear-se na Câmara, no Senado, nos ministérios, nas estatais, nos tribunais, nos clubes de futebol, nas ONGs, nas igrejas e no governo de um modo geral. É o prato-feito que Lula Da Silva precisa para voltar aos regabofes palacianos em 2014.

Dilma não vai poder andar pelo mundo, como Lula andou, bancando a estadista que gostaria de ser, em jantares que gostaria de comer. Cada viagem além fronteiras significa uma posse automática de Temer na sua cadeira.

Cada sentada será um ato novo de governo, a chamada bola nas costas, com carimbo, assinatura e selo oficial do vice em exercício de seus plenos direitos de presidir o Brasil Da Dilma.

E, então, vale o que propala o grande filósofo aliado de Dilma, o candidato a deputado Tiririca: "Pior do que tá, não fica". O Brasil de Temer será em 2014, o Brasil Da Silva de novo.

Pesquisa: Semvergonhice vence em outubro

Pesquisa do Instituto Imaginário Popular de Pesquisas (IIPP) - realizada há oito anos sem parar, em todos os estados, todas as capitais e todas as cidades e moradias brasileiras, com todas as pessoas que conseguem falar ou se expressar de alguma forma - mostra que não há um único ser vivo sobre a face do território nacional que use a força ou ponha a faca no pescoço dos políticos para que eles sejam corruptos e canalhas.

Foram entrevistados 193 milhões de pesssoas e um milhão de políticos. Não há margem de erro. Nem qualquer sinal de que a semvergonhice possa perder para a honestidade nas eleições de outubro. A patifaria já ganhou!

24 de ago. de 2010

Bola num canto, goleiro no outro... Dilma 46% x 28,1% Serra

Pois então, a dupla CNT/Sensus foi de novo a campo e não deu outra: Dilma 46% x 28,1% Zé Serra. Isso quer dizer, para quem quer e gosta, que se a eleição fosse hoje, a postulante de Lula ganharia assento na cadeira de espaldar mais alto na República dos Calamares disputando apenas o primeiro turno.


Se as pesquisas são um "retrato do momento", Zé Serra foi para um canto e Dilma chutou a bola no outro. Ele quase nem saiu na foto. Se a eleição fosse hoje, o jogo não teria prorrogação. Já estaria liquidado no primeiro tempo; nem precisaria jogar os 45 minutos finais.

O diabo é que pesquisas não são "retratos do momento" coisa nenhuma. E nem a eleição é hoje. Então o que se pode ter em mãos a esta altura do campeonato? Um levantamento feito no Maracanã, em dia de Flamengo e Vasco e outro no Morumbi, no intervalo do clássico Palmeiras x Corinthians.

Para a torcida do Flamengo, perguntaram: - Qual é o time mais querido? Lá no Morumbi, quiseram saber dos torcedores do Palmeiras, para que time eles estavam torcendo.

E sabe o que foi que deu? No Maracanã, o Flamengo ganhou disparado a Copa Simpatia e no Morumbi, 99% dos entrevistados responderam que torciam para a equipe de camisa verde. Aquele 1% tinha saído pra fazer xixi. Incrível, fantástico, extraordinário!

RODAPÉ - O Brasil é a República dos Institutos de Pesquisas Eleitorais. Eles não erram nunca. Mas, cá pra nós, do jeito que a campanha do Zé Serra vai, se as pesquisas fossem feitas só dentro das sedes de tucanos e Democratas, o placar certamente seria Dilma 46% x 28,1% Zé Serra.

Pior do que tá, não fica!


Está bem, agora é lei: ninguém mais pode usar a imagem de Lula nos programas de TV e nas campanhas eleitorais, sem a devida autorizalção do seu próprio dono.

Mas, a campanha de Serra bem que poderia usar em seus programas a figura do Tiririca - aquele candidato aliado da Dilma que diz no seu curto espaço "pior do que tá, não fica"!

Tesoureiro do PT deu o pulo do gato

O tesoureiro da campanha do PT à Presidência, Zé de Filippi Jr. se fez de bobo e não juntou ao seu registro de candidato a deputado federal, os documentos exigidos pela legislação eleitoral.

Filippi havia sido acusado de ser "ficha-suja" pela Procuradoria Eleitoral, pois foi condenado por improbidade administrativa pelo Tribunal de Justiça, por contratar um escritório de advocacia sem licitação, quando foi prefeito de Diadema.


Porque não atendeu à exigência de apresentar as certidões da Justiça ao Tribunal teve a candidatura a indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo. Não é que não soubesse do que poderia acontecer; sabia, sim. Foi pulo do gato. Achou que o tribunal exigiria dele apenas as credenciais que o foram suficientes para o PT lhe dar o cargo de tesoureiro do partido.

É só mais um Zé na quota petista de grandes quadros nacionais. Filippi Jr. poderá ainda recorrer da decisão. Aí, a coisa sobe para o Supremo. Lá o Ficha Limpa não é garantia de nada.
PANETONEGATE

A Polícia Federal emitiu relatório classificando Arruda e aliados como "quadrilha". O catatal diz que ex-governador encabeçou organização criminosa para desvio de verba pública. Não diz com quem foi que ele aprendeu a fazer isso. O consumo de panetone continua em alta nos supermercados e nas melhores casa do ramo.

PAGA PARA GANHAR
Justiça condena Roriz a devolver R$ 7,1 milhões. Grandes coisas. O que é um boi para quem tem dez fazendas?!? Ele vai recorrer ao Supremo e, antes de outubro, já terá o salvo-conduto para se eleger governador de Brasília, uma vez mais.

ORAÇÃO FINAL
Direitos humanos e ausência de Dilma dominam debate na TV. Serra, Marina e Plínio participaram de encontro promovido pelas TVs Canção Nova e Aparecida, ambas da Igreja Católica. Faz sentido. Dilma não foi porque se alguém pedisse para encerrar o debate com uma oração tipo assim "Salve Raínha!" ela vestiria uma tremenda saia justa.

LÁ VEM ELE
Justiça paulista barrou candidatura de Paulo Maluf à Câmara dos Deputados. O ‘frangogate’ deixaria Maluf inelegível de acordo com a Lei da Ficha Limpa. O raposão ainda pode bater asas rumo ao TSE para interpor recurso. E lá vem Maluf de novo.

OLHO GROSSO
Comando de campanha tenta conter apetite dos aliados da postulante Dilma. A movimentação incluiu apelo de Dutra para que o partido de Temer se abstenha de tratar do futuro governo. Apelo é eufemismo. Os coordenadores dos passos de Dilma já apresentaram a mordaça para o PMDB, partido tido, havido e reconhecido como o maior "olho grosso" da história do Brasil.

A VOLTA DO QUE AINDA NÃO FOI
Há quem diga que o olho grosso do PMDB alimenta o ego e faz bem ao fígado de Lula. Ele sabe que o PMDB gosta de governar, mas não tem vocação para presidir. Manda por baixo dos panos da mesa, come pelas beiradas. Assim é que, daqui a quatro anos, Lula faz com os peemedebistas o mesmo conchavo de hoje e, sem qualquer empecilho, volta aos banquetes do Palácio do Planalto - para satisfazer sua fome de poder.

FORO DE SÃO PAULO
Em Buenos Aires, em mais um encontro para consolidar os desejos de Fidel Castro e o "controle social da mídia", as Farcs se revelaram dispostas a buscar saída política na Unasul. A guerrilha colombiana emitiu comunicado pedindo voz e oferecendo a possibilidade de diálogo. Enquanto isso, Cristina Kirchner anunciou que vem aí novas medidas contra jornais. O governo brasileiro está por lá, na moita - que a hora é de não perder voto. E um marinheiro me contou que um passarinho lhe soprou que vem aí mau tempo...

Ganso e Neymar iam tão bem...

Estava na cara que isso iria acontecer. Lula, louco de corintiano, já não aguenta mais o futebol primoroso que o Santos vem jogando. Deu um jeito de acabar com isso. Mandou Orlando, o ministro Tapioca, agendar um rápido encontro com Neymar e Ganso.

O lamentável encontro, além de proporcionar uma boa foto, não serviu para nada. Apenas para Lula tirar uma lasquinha do prestígio dos meninos usando-os como garotos-propaganda. Os dois, a partir de agora, nunca mais serão os mesmos. Pronto, tá feito o carreto! O pé frio de Lula faz o resto.

Foto: Domingos Tadeu/Presidência da República
Se algo de bom restou para a carreira de Neymar e Ganso, foi somente a promessa de que no próximo jogo entre Santos e Corinthians, Lula - O Gélido, estará na tribuna de honra. É o prenúncio de vitória dos meninos da Vila. Mas aí, já pode ser tarde demais.

23 de ago. de 2010

Dia de Índio na Tribo dos Tucanos DEMonizados

Cansados de levar pedradas, os tucanos juntaram suas penas e fizeram um cocar para Índio da Costa - o vice que dispara flechaços certeiros nos caras pálidas que estão tomando conta da Terra do Pau Brasil.


Sem medo de ferir os brios do cacique da tribo Zé Serra e, com o material que sobrou do cocar, fez uma tanga e pintado para guerra ensaiou uma dança de chuva de ataques. Sua taba foi a redação do iG. E ele retesou o arco, mirou e flechou: - Dilma oferece ao Brasil uma nova ditadura!

À sombra de um totem que usou à guisa de poste, ele acusou de novo o PT de ligação com o narcotráfico e avisou, com densos sinais de fumaça para a repórter iG/enista de ocasião, Nara Alves que "a candidata petista atenta contra liberdade de imprensa".

Indio da Costa (DEM-RJ), tamborilou que Dilma vai implantar uma "nova ditadura" no País se sair vitoriosa das urnas em outubro. Para ele, a postulante escolhida por Lula para ocupar o seu lugar no Palácio "atenta contra a liberdade de imprensa".

Esta segunda-feira foi Dia de Índio. Sem medo de ser feliz ele meteu os chocalhos na candidata do governo ao governo:

"O documento que Dilma assinou e que mandou como programa de governo é absolutamente contra a liberdade de imprensa. O decreto que ela aprovou de Direitos Humanos que foi aprovado pelo presidente trata de uma era ditatorial sobre comunicação".

Ele alvejava os documentos que foram apresentados como diretrizes do programa de governo de Dilma, sob a alcunha de Plano Nacional de Direitos Humanos. E chamou os inimigos no apito:

"Ela diz que lutou contra a ditadura. O que ela está oferecendo para o Brasil é uma nova ditadura. Muito mais complexa do que aquela, porque é por dentro, aprovada pelo Congresso Nacional".

Indio se embrenhou com a reportagem iG no mato sem cachorro e voltou a acusar o PT de ligação com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia e com o narcotráfico (Farc).

Para Índio, o fato de ambos estarem representados na 16ª edição do Foro de São Paulo, em Buenos Aires é a prova mais evidente dessa relação do PT com as Farc. E disparou um dardo besuntado de curare:

"O PT e as Farc estão agora no Foro de São Paulo. Se eu fosse convidado para uma reunião das Farc, eu ia com a Polícia Federal e prendia todo mundo", dardejou.

E ainda alertou para os perigos dos persistentes sintomas, "o PT em nenhum momento negou ter relações com as Farc".

O guerreiro da tribo dos tucanos DEMonizados disse saltitante que a violência como a que foi vista no domingo, quando bandidos invadiram um hotel de luxo no Rio, e também o consumo de drogas, especialmente o crack, aumentaram no governo Lula:

"Essa realidade só existe por causa da frouxidão do atual governo. É por isso que vamos criar um Ministério da Segurança Pública" - bradou Indio da Costa, tirando mais uma flecha da aljava.

Crime Chinelo x Crime Organizado

Reprodução/senaosquediz.blogspot.com
Após tiroteio no Rio de Janeiro, Dilma saiu em defesa do governo de Sergio Cabral. A postulante, sã e salva, depois de mais um tiroteio de weekend carioca, elogiou as políticas de combate ao crime organizado entre traficantes e policiais militares em área nobre do Rio, que terminou com a invasão de um hotel.

Enquanto isso, em todas as capitais do país e nas mais de cinco mil e tantas cidades brasileiras, a população continua trancando as portas, colocando alarme nos carros, ficando atrás das grades de suas janelas, porque o verdadeiro crime organizado, o que usa gravata, o crime dos senhores dos anéis, não faz nada para dar à população a proteção que dá às "pessoas não comuns" dessa República dos Calamares.

Tiroteiros, assassinatos, furtos, roubos, assaltos à mão armada, não são exclusividade dos grandes centros urbanos. As metrópoles são apenas tambores de maior ressonância. A verdade é que o crime prospera porque não há emprego, não há escola, não há qualidade de vida, nem justiça social que possa minorar a desigualdade entre as "pessoas não comuns" - assim classificadas por Lula - e os reles homens de boa vontade no Brasil. Ele progride, evolui mais do que o câncer, porque o exemplo que vem de cima o atinge cotidianamente.

(Imagem/reprodução/buenonline.blogspot.com)
O crime das máquinas caça-níqueis só difere do crime das ambulâncias, porque os ratos de bingos acabam presos; os sanguessugas continuam imunes, chupando o sangue das artérias nacionais em espantosa e vampiresca impunidade.

Esse banditismo que aparece nos jornais, que tem telefone celular na cadeia, é apenas o crime chinelo; o organizado está de pantufa e gravata nos gabinetes do Estado. O crime chinelo é cometido por impulso; o crime organizado é oficial e premeditado.

O governo sabe disso muito bem. Mais até, lida com isso muito bem. Quanto mais holofote produzir o 0combate ao crime dos candidatos aos presídios, mais profundas serão as sombras que encobrem o crime dos candidatos aos palácios.

OS NORMAIS

Luiz Fernando Guimarães, ri porque está na Globo. Isso é normal.

Luiz Paulo Barreto, ri porque está ministro da Justiça. Isto é normal?!?

Lula começa a temer o Temer

A popularidade do PT é de Lula; a de Lula é a popularidade da esperteza; a esperteza é preferência nacional. Nada mais esperto no Brasil do que o PMDB. Finge que não governa, mas é o próprio governo.

A esperteza de Lula é submeter-se ao PMDB para ganhar eleições. Sem o PMDB, o PT seria um tucano DEMonizado e Lula um Serra piorado. Um dia os peemedebistas ainda vão pagar caro para o rancor de Lula a ousadia de representarem a metade do poder de barganha do Brasil.

O PMDB não quer governar meio a meio com o PT. Isso ele já tem. O PT de Lula detém apenas a metade da parte que o PMDB lhe reserva desse latifúndio político. E é essa pequena parcela que o PMDB de Michel Temer está exigindo agora de seu parceiro para os próximos quatro anos.

O PT - caso vença a eleição de outubro que lhe está sendo dada de mão-beijada pelos atucanados - será apenas um sócio minoritário, com um terço da metade que o vice Michel Temer está oferecendo à postulante Dilma. O PMDB está na dele; Dilma começa a tremer, porque Lula passou a temer o Temer.
O grande cabo-eleitoral e sua postulante preferida tomam a dianteira nos palcos iluminados, mas Michel Temer faz, com sua auréola de sempre, o pano de fundo, o papel de rotunda que tão bem representa o PMDB no cenário político brasileiro.