7 de jun. de 2010

O Rolex do Garanhão

O Garanhão de Pelotas deu risada do espanto que esse roubo de relógios Rolex num shopping de São Paulo está causando em jornalistas, policiais, comerciantes, joalheiros, na alta sociedade e similares. Há muito tempo ele passou por isso, num semáforo em Brasília e tirou de letra.

Lá de Joanesburgo, na pérgula da pisicina do hotel em que está acomodado com mais três ótimas secretárias - nenhuma eletrônica - ele relembra como se deu a pequena desdita:

"Eu me dirigia à Asa Sul, coisa de meio-dia mais ou menos. Ia para a quadra dos restaurantes. Parei meu Jaguar na sinaleira. Não gosto de ar condicionado. O calor estava insuportável. Coloquei o braço esquerdo pra fora da janela, enquanto a mão direita segurava o volante. Eis que se aproxima um flanelinha. E, logo, com uma apavorante Beretta me intimou, já com a mão na pulseira do meu Rolex:

- Ei, bobão, perdeu! Dá o Rolex, dá!...

Dei. Relógio eu dou. Ainda mais com um cano de arma apontado pro meu pescoço. O safardana, meteu o relógio no bolso e, ainda com a pistola na mão, retirou-se para o calçadão do Conic - um prédio enorme de salas comerciais e de clínicas de toda ordem. Ele estava a cerca de seis ou sete metros de distância. Eu desci do carro e gritei para ele:

- Aí, bobão, esse Rolex é de camelô!...
- Grande coisa - disse ele, me apontando a Beretta - a minha arma é de brinquedo!..

E, Juntando sua risada à minha, jogou o relógio fajuto na lixeira a seu lado. Sumiu em seguida, no meio do povaréu que sempre tem pelas ruas de Brasília àquela hora do dia"...

Aí, fez uma pequena pausa no seu relato. Aguardou os ares de surpresa, tomou fôlego, deu um tempinho e emendou le grand finale a mais uma dessas suas aventuras de mesinhas à beira de pérgulas:

"Esperei o sinal abrir, encostei o carro ao lado da lixeira pública, desci e resgatei meu Rolex de ouro. Ele tinha me custado uma nota muito preta, para deixá-lo abandonado ali".

Moral da história - A Polícia já prendeu quatro bandidos que assaltaram, a Tiffanys no mesmo shopping paulistano na semana passada e já tem o retrato falado dos outros dois; só não há sinal das jóias. Nesse assalto de hoje, a polícia já tem suspeitos; só não tem os relógios. No próximo assalto, a polícia vai pegar os assaltantes; só não vai conseguir achar o produto do roubo. A Polícia não é lá essas coisas na hora de resgatar os objetos roubados.