16 de jun. de 2010

Ó que delícia de gol...

Deitado em sua suíte no Hilton de Joanesburgo, ainda de ressaca pela goleada sofrida pela seleção de Dunga que só ganhou de 2x1 da Coréia, o Garanhão de Pelotas, assistia em desencanto e com absoluta isenção de ânimo ao jogo Honduras x Chile. Não fazia como Lula - aquele que também se chama Dilma - que torcia o tempo todo para que os hondurenhos escalassem Manuel Zelaya na extrema esquerda.

Tudo ia dentro dos conformes, quando o conservador time do Chile debochou de tantos quantos, naquele preciso e glorioso momento, acompanhavam a renhida porfia: bola nas redes de Honduras! Gol de nádegas! O primeiro gol de bunda da Copa do Mundo!

O Garanhão de Pelotas virou-se para o lado, aconchegou-se a uma das três secretárias-executivas que não largam do seu pé e ponderou, como se estivesse em pleno programa Café com o Presidente:

- Essa seleção de direita do presidente Sebástian Piñera é muito mais rancorosa e atrevida do que conservadora. Gol de bunda! Ó que delícia de gol...

Aí, acometido de um profundo sentimento de dó e piedade, o Garanhão disse de si para si mesmo:

- Pela primeira vez na história das copas, um gol saiu do armário. Pobre goleiro de Honduras, não merecia passar por isso. O cara foi desbundado.

O Garanhão considera, no entanto, que foi bem mais degradante para o Chile: - Depois de mais de quarenta anos sem vencer um jogo de Copa do Mundo, acaba com o tabu. Mas o gol foi de bunda!