21 de ago. de 2010

Vem aí dona Solange - Prenúncio de Mau Tempo

Para os crédulos, a pesquisa do Datafolha anunciou neste amanhecer de sábado a perspectiva de um outubro e tanto para o governo Lula: a postulante Dilma tem 47% das intenções de voto, contra 30% do tucano Zé Serra. Marina Morena, a que se pintou de verde, aparece com gloriosos 9%.

Para o Garanhão de Pelotas - nosso analista de pesquisas alhures - ao que tudo indica o isento Datafolha, um dos institutos brasileiros que não erram jamais, vem aí de primeira, já sem gostinho de segundo turno, a versão hodierna da vetusta e veneranda dona Solange, a mulher da tesoura, musa da censura dos tempos da ditadura.
Foto-reprodução/Nuno Milheiros (Olhares)
Logo o distinto e amável público há de sentir na própria pele o quanto vale como lei um texto extraído de uma Confecom qualquer, como essa Conferência Nacional de Comunicação realizada há pouco e malfadado tempo pelos censores de hoje, donos dos carimbos oficiais nas pautas jornalísticas e das mordaças com textura de controle social da mídia.

Uma cúpula dessas vale mais do que qualquer Constitutição - cidadã ou não - pois, os que nela foram cupular lhe emprestam o caráter de lei, acima de qualquer suspeita. Pobre webmedia - porque a mídia convencional, das emissoras concedidas pelos governo e dos jornalões patrocinadas pelos que mandam no país, já está no papo há muito tempo.

O que mais dói na carne dos que vivem essa democracia à brasileira é que a
antiga e temível dona Solange tesourava sem tit-ti-tis. Cortava fundo e às claras naqueles tempos de amarga escuridão.

A dona Solange de hoje, vem às claras, protegida pelo manto escuro da hipocrisia; do cinismo típico dos que detém o poder de mando e do desmando. Um marinheiro me contou que a boa brisa lhe soprou que vem aí mau tempo.

Mas, porque hoje é sábado, há a perspectiva de domingo. E, só para deixar Vinícius na saudade e retomar os cantos do agora silente Chico Buarque - o contestador que perdeu o discurso musical de Julinho da Adelaide - Naturalmente me vingo...Vou me espalhar por aí.

RODAPÉ - O que o Garanhão de Pelotas cansado da lida, preocupado, corrido, surrado, batido e abatido pelos dias seus, vai enfim viver a merecida vida que pediu a Deus.