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Após tiroteio no Rio de Janeiro, Dilma saiu em defesa do governo de Sergio Cabral. A postulante, sã e salva, depois de mais um tiroteio de weekend carioca, elogiou as políticas de combate ao crime organizado entre traficantes e policiais militares em área nobre do Rio, que terminou com a invasão de um hotel. Enquanto isso, em todas as capitais do país e nas mais de cinco mil e tantas cidades brasileiras, a população continua trancando as portas, colocando alarme nos carros, ficando atrás das grades de suas janelas, porque o verdadeiro crime organizado, o que usa gravata, o crime dos senhores dos anéis, não faz nada para dar à população a proteção que dá às "pessoas não comuns" dessa República dos Calamares.
Tiroteiros, assassinatos, furtos, roubos, assaltos à mão armada, não são exclusividade dos grandes centros urbanos. As metrópoles são apenas tambores de maior ressonância. A verdade é que o crime prospera porque não há emprego, não há escola, não há qualidade de vida, nem justiça social que possa minorar a desigualdade entre as "pessoas não comuns" - assim classificadas por Lula - e os reles homens de boa vontade no Brasil. Ele progride, evolui mais do que o câncer, porque o exemplo que vem de cima o atinge cotidianamente.
(Imagem/reprodução/buenonline.blogspot.com)
O crime das máquinas caça-níqueis só difere do crime das ambulâncias, porque os ratos de bingos acabam presos; os sanguessugas continuam imunes, chupando o sangue das artérias nacionais em espantosa e vampiresca impunidade.
Esse banditismo que aparece nos jornais, que tem telefone celular na cadeia, é apenas o crime chinelo; o organizado está de pantufa e gravata nos gabinetes do Estado. O crime chinelo é cometido por impulso; o crime organizado é oficial e premeditado.
O governo sabe disso muito bem. Mais até, lida com isso muito bem. Quanto mais holofote produzir o 0combate ao crime dos candidatos aos presídios, mais profundas serão as sombras que encobrem o crime dos candidatos aos palácios.