Fiel as suas relações sociais e sem mais o que fazer, o Garanhão - com frequência - interrompia suas tardes de dolce far niente para bater papo com Zé Genoíno, íntegro funcionário do Banco Agrícola e velho companheiro de infância, daqueles amigões tipo assim que se entendem até quando estão só de cuecas.
Naquele tempo, o expediente era vespertino e tinha folga de quinze minutos para lanche e descanso dos bancários. Normalmente, a turma toda aproveitava para tomar um café expresso, fumar um cancerzinho e ficar lagarteando na frente do banco, falando mal de uns e bem de outros até voltar à azáfama.
Naquela tarde, Zé Genoíno se queixava para o Garanhão de que alguém, com ares de cliente, o colocara numa fria:
- Pô, Garanha véio, me passaram uma nota falsa de 100 cruzeiros.
- Ah é?... Deixa eu ver.
- Não tá mais comigo, já passei adiante.
MORAL DA HISTÓRIA - As pessoas honradas sempre resultam menos canalhas que as outras.