14 de jan. de 2011

A azeitona preta...

Antes de tomar o rumo de Punta del Este, para mais um breve temporada na suíte pink special do Remanso, seu hotel preferido na movimentada Gorlero, o Garanhão de Pelotas resolveu-se por um rápido weekend na doméstica praia do Cassino, autarquia pública da portuária cidade de Rio Grande.

Juntou-se com a turma de pelotários da Charqueada São João para colocar as conversas em dia e jogar papo furado pro ar. Entre gols de mentira, grandes raquetadas imaginárias, piadas da vida real e muitos chopinhos de colarinho maduro, o grupo de amigos aproveitava o reencontro, incorporado ao espírito praiano que não dava bola para o aspecto social do boteco, abaixo do nível do mar.

O bom de tudo é que o chope era bem-tirado e, apesar dos escassos cuidados com a higiene das louças, o visual das empadinhas folheadas era pra lá de convidativo. Tiquinho Afonso - modelo fotográfico profissional - e um dos velhos companheiros, não resistiu e foi até o balcão. Sua ousadia foi acompanhada à distância pelos outros que preferiram ficar no chopinho geladão.

De volta à roda de amigos, Tiquinho escondendo o constrangimento, disfarçou a pequena aventura digestiva e, à primeira dentada, esforçou-se para elogiar a suculenta empada. Logo procurou e achou uma novidade, a título de conseguir adesões a sua incursão alimentar:

- Olhaqui... Uma azeitona preta na empadinha; nunca vi disso!... - Era um elogio.
- Essa azeitona não é preta... Ela está preta! - Fulminou, sarcástico, o Garanhão.

Sob o riso da turma, Tiquinho Afonso cancelou a próxima dentada, emborcou o que lhe restava do segundo chope da tarde, largou a empada na lixeirinha ao lado e optou por um sanduíche: - Por favor, só pão e queijo, não precisa nem manteiga...