9 de jan. de 2011

O Garanhão no Conrad

O Garanhão de Pelotas está passando um breve período de folga bem ao estilo do que ainda não sossobrou da nobreza de sua terra. Está, com seu indefectível trio de secretárias-executoras, na capital do Uruguai, Punta del Este, provincia cuja capital por sua vez é o Conrad Resort & Casino. Montevidéu sabe disso.

Ontem, na hora de descer da suíte presidencial para o tradicional bacarat e algumas voltas pelas roletas, o Garanhão se deu conta de que seu celular tinha desaparecido. Arguto, telefonou logo para ele mesmo, um número sigiloso que apenas alguns raros privilegiados conhecem. Ao terceiro sinal de chamada, uma voz grave o atendeu, com notável impaciência e agudo mau-humor:

- Ola, quién habla?
- É o Garanhão... Garanhão de Pelotas - ripostou o nosso herói em tom de James Bond.
- Y qué pasa, cabrón?...
- Sou o dono desse celular, cara. Foi você quem o encontrou?
- Por supuesto que si, payaso... O entonces, fué la puta madre que parió!
- Como assim?...
- Usted es un tonto, un capirote. Compre otro, hombre. Un celular costa una miseria, pobretón infeliz. Vete de mi!...

E assim mesmo desse jeito, no mais rude e agressivo portunhol, o ladrão - rato de cassinos de hotéis - desligou o celular na orelha do Garanhão de Pelotas.

Poucos momentos depois, o Garanhão já estava nos salões de jogo. Os poucos dólares que perdeu no bacarat, recuperou com sobras na roleta. Foi o bastante para comprar um novo telefone, alí mesmo, numa dessas islas de compraventa que há espalhadas pelas dependências do Conrad.