Não é raro que a porção nobre-falida do Garanhão de Pelotas personifique de quando em vez um reles homem do povo. Certa feita, faz tempo isso, num baile de carnaval - um daqueles que Paulo Brasil do Amaral promovia - ele deixou a companhia de dois foliões amigos, jactando-se:
- Vou lá tirar aquele mulherão para brincar no meio do salão...
E saiu, com ares de galã irresistível. Chegou no ouvido da garota, uma dessas modelos com jeito de quem vai trabalhar na próxima novela da Globo, e passou-lhe uma cantada. Ela o esnobou com um sorriso delicadamente cruel:
- Vá se enxergar. Ontem, no Baile do Copa eu dei "carão" até no Kadu Moliterno...
O eventual Garanhão carnavalesco deu meia volta e foi direto ao balcão do bar juntar-se outra vez aos parceiros. Mas, não perdeu a pose:
- Cê viu só? Acho que me dei bem...
- Como assim?...
- Ela disse que eu e o Kadu Moliterno temos algo em comum...
RODAPÉ - Pelo galã global que entrou na história como Pilatos entrou no Credo, você já viu que isso aconteceu - se é que aconteceu -"no tempo em que o Braz era tesoureiro".