A AZEITONA
Naquele entardecer de sábado, o advogado Sérgio Loréa, o Gordo Loréa, depois de mais uma brilhante jornada como lateral direito dos camisas azuis da Charqueada São João, saboreava ao lado de uma cervejinha estupidamente gelada, uma gostosa empadinha folhada no bar de uma das esquinas da velha Rua das Traíras. A mordidas tantas, surpreendeu-se com o que lhe parecia novidade:
- Olhaqui, Totonho, uma azeitona preta na empada; nunca vi disso...
- Gordo, ela não é preta. Essa azeitona tá preta! Tá vencida...- alertou maldosamenteTotonho Lang.
Com aquele seu ar de bioquímico de escol, Totonho foi saindo de fininho, vibrando como se tivesse feito um gol para o Pelotas num dia de clássico Bra-Pel.
RODAPÉ - A Charqueada São João foi casa de Gonçalves Chaves. Há mais de 50 anos, essa mesma turma joga futebol aos sábados. Hábito criado pela família Mazza, moradores desse bucólico pedaço da "minha pátria pequena que tenho no Sul". São mais de 40 grandes craques. Chegaram à melhoridade jogando bola num dos recantos mais aprazíveis do Rio Grande. Alguns até já aprenderam a driblar. Os churrascos dos aniversariantes de cada mes são feitos no local onde havia uma senzala. Muitos jogam tão pouco que mereceriam uma boa passada pelo pelourinho.
DIALETO DO TEMPO DO EPA!
01. É um fracote, um esmirradinho.
02. Café forte não me senta bem.
03. Vai lá e paga a conta da Usina da Light.
04. Trocou a vitrola por uma flamante eletrola.
05. Era Disck Jockey de reunião-dançante, só tocava long-play.