Nunca tive pruridos pecaminosos. Tinha uma alma sem jaça. Depois de vários anos tentando os melhores negócios dos melhores ramos, cheguei à conclusão absolutamente definitiva que business is business.
Poucos dias depois que muitos já me conheciam como investidor noturno, em plena sessão vespertina de uma casa de sauna finlandesa, um parceiro do tipo que se mete na vida de todo mundo, resolveu querer saber mais a respeito das futricas que corriam a respeito de minhas recentes iniciativas notívagas.
Com ares de entendido e de grande representante das forças vivas da sociedade local, o especulador deu às suas sondagens um grave tom de sugestão:
- Ouvi dizer que o melhor negócio pra quem investe na vida noturna é montar um restaurante ou um bordel...
Falou assim como quem deplorava a simples idéia de um cidadão de bom nível social ter a ousadia de explorar a putaria. Olhava-me como quem não adimitia sequer sonhar que alguém como eu, seu antigo companheiro de colégio e futebol, pudesse encarar a vida de um cafetão. Foi por isso mesmo que lhe respondi com prazeroso desdém pela sua moral e bons costumes:
- Pois, eu montei os dois.
- Ah, os dois... E por que um restaurante e um bordel?
- É que em caso de falência, eu posso comer o estoque.
MORAL DA HISTÓRIA – Um empresário da noite prevenido vale por dois e fala de boca cheia.