4 de jan. de 2012

Alcoólatra

Aquele meu vizinho não podia beber. Toda vez que tomava um pileque ficava, digamos, dadivoso. Concedia. Principalmente para jovens e robustos mancebos.

Sua sina começou nas noites de sábado. No domingo remordia a ressaca desabafando ardilosamente para os amigos e toda a vizinhança:

- Tomei um porre de matar, ontem. Nem sei o que aconteceu comigo...

A cena se repetia todo fim de semana. Na segunda-feira era sempre a mesma ladainha:

- Sei lá o que foi que eu fiz... Caí de bêbado sábado à noite.

Com enorme rapidez os porres passaram a acontecer às terças  e quintas-feiras também. E logo se sucediam às sextas e domingos, fechando a semana.

Um dia, ele veio me falar de suas contínuas crises de amnésia:

- Pô Garanhão, não sei o que se passa comigo...
- Mas, eu sei. Você virou alcoólatra!

MORAL DA HISTÓRIA – É prudente quando a emenda sai pior que o soneto, que a gente a remende, caso contrário então que a gente a dissimule.