Porra, eu até já fui um bêbado! Abstêmio, jamais. Não tem sido raro que, pelos tropeções dessa vida, eu seja um porre.
Até quando desmancho castelos de areia; até quando piso na bola; até quando sempre sou um garanhão que não tem quando, nem pra quê, nem por quê, ainda que absolutamente limpo de pruridos morais e eventuais.
Saí de um affair - alvíçaras! alvíçaras! Affair é demais! - sem quê, nem pra quê, nem por quê... Saí, porra! E dei com os burros n'água. Dei, mas não confesso. Nem a pau. Porra, nem de porre!
Tanto é que, outro dia, mandei a bondade e a humildade que habitam meu coração à planfa que lamblanfa e postei um recado definitivo à breve amada que não consigo incorporar a minha alma inquieta.
Fui duro e definitivo. Mostrei àquela que me encanta, mas a quem não me rendo nem que me entregue a um demorado e doloroso auto-flagelo com um rebenque nas minhas costas prostradas num pelego que sou cativo de sua doce e instigante figura. Mandei-lhe um recado com todas as letras que cabem no meu empedernido coração:
- Eu te esqueço todos os dias!
MORAL DA HISTÓRIA - Todo mundo, até o Garanhão de Pelotas pode ser mau que nem um pica-pau. Ou endurecer-se, sin perder la ternura. E mais até: pra mim Platão é que sabia amar.