Acredite quem quiser, o Garanhão diz que não viu nada, pois fechou os olhos e tampou os ouvidos, já que não pode ver sangue e nem muito menos escutar seus CD de guarânias no meio de tanto barulho. Seu relato é meio paraguaio. Faz sentido.
A segurança do senador paraguaio Robert Acevedo, estava comendo mosca quando foi alvo de um ataque na segunda-feira.
O político que andou metendo a mão com o tráfico de drogas - já que com o resto do contrabando ninguém se mete - deve ter alta ainda nesta quarta-feira do hospital em Pedro Juan Caballero, na fronteira do Brasil com o Paraguai.
O carro de Acevedo - que vinha logo atrás do veículo do Garanhão de Pelotas - levou mais de 40 balaços nessa segunda-feira outonal. Por isso, nosso destemido personagem não viu nada. O que sabe é pelos outros. Não é testemunha nem de Jeová.
Quando olhou para trás, o Garanhão, à distância e na moita, ficou sabendo que quem pagou o pato foram o motorista e o segurança particular do senhor gorducho que ocupa uma larga cadeira no Senado do país de Lugo, o Bispo-Papão. Os dois já eram. Um, já não dirige; outro já não segura coisa nenhuma.
O senador pelo Partido Liberal foi atingido por duas balas. O Garanhão depois ficou sabendo: nenhuma delas era de hortelã.
Acevedo agora está apelidando as Farc de PCC e assim, de pronto, o Garanhão de Pelotas deduz que logo os amigos da corrente majoritária estarão fora disso tudo e a culpa vai ser dos aloprados Marcola e Fernandinho Beira-Mar.
Sem querer saber mais nada, o Garanhão de Pelotas enfiou o MP3 de guarânias no CDplayer pirata do painel e, antes mesmo de ir para casa, passou pelo Café Aquário - esquina das melhores histórias da sua cidade.