28 de out. de 2010

Últimos dias de República Calamar

CONCEITO DE QUALIDADE - Chico Buarque sempre foi um bom letrista, um razoável compositor e um péssimo cabo eleitoral. Hoje, carcomido pelo tempo, não chega a ser nenhum desses tres personagens. Guardou até o velho sorriso bonito que sempre teve.

É apenas um homem que perdeu o senso estétitco; já não tem o conceito da beleza. Para ele, qualquer bagulho é miss Brasil. Basta ver com que bolsa kelly-sem alça andou à tiracolo ultimamente.

O BOM E BATUTA DE SEMPRE - Com Lula, sempre foi e sempre será assim: rei morto, rei posto. Do jeito que a coisa vai, Hélio Costa vai ter que voltar aos velhos e bons tempos de correspondente de paz e amor em Nova Iorque.

Depois da lavada que os tucanos lhe deram em Minas Gerais, foi todo beliscado pedinchar o cargo de ministro de volta.

Lula foi até condescendente, ao invés de mandar o perdedor ir procurar sua turma, apenas fez cara de paisagem. E, com a sua histórica cultura geral, tiriricou sem azia, misturando Tio Sam com a Big Apple:

- Já tenho outro em seu lugar. Quem sabe Eliakim Araujo lhe consegue uma boquinha lá na Terra da Tia Maçã.


BLINDADO - Lula, cheio de graça: "É importante que nas campanhas eleitorais a gente utilize capacete". Como assim, "utilize"? Capacete é para se usar e não para "utilizar".

Essa verberagem aí pode ser entendida pelos seus discípulos como uma ordem de comando para atirar o capacete em alguém. Mas a piada faz sentido: Lula só enfia capacete para fazer galhofa ao lado de companheiros galhofeiros, não usa capacete em campanha; ele está pra lá de seguro, tem plena consciência de sua blindagem, sabe muito bem quem anda atirando bolotas, fitas crepes e outros objetos não identificados nos outros.

Lula, intramuros palacianos ainda reféns da interminável obra de restauração, justifica o gelo ao pedinchão, alegando comme d'habitude que foi obrigado a engolir a candidatura que o próprio Hélio lhe impôs e que o levou a uma fragorosa e acachapante derrota na luta pelo governo das Minas Gerais.

INCENDIÁRIOS - Sussurram e dizem marias & clarices, dilmas & erenices que há uma fogueira de vaidades acesa entre o ministro da Justiça Luiz Paulo Barreto e seu subordinado, Luiz Fernando Correa, diretor-geral da Polícia Federal.

Lula sopra a favor do xerife. O ministro ameaça, à boca pequena, que tem "fotos comprometedoras" do presideus Lula. pensando bem, isso é uma futrica daquelas dignas de tres Luízes... Luiz Paulo, Luiz Fernando, Luiz Inácio.

O presideus Lula tá nem aí. Ele sabe que não há, no imaginário popular, foto pior, nem mais "comprometedora" do que essa... (Clique na foto para ampliá-la - você vai ver do que se trata).