Esses personagens invadiram o Brasil Da Silva. O vetusto, arcaico e venerando historiador Garanhão de Pelotas conhece bem a sua trajetória. Trata-se de um casal de classe operária que da noite para o dia se torna multi-milionário, ganhando sua fortuna em sucessivas corridas de burros aloprados e muitos bípedes aparvalhados.
No meio de tudo, a dupla contou também com a sorte de achar alguns cartões corporativos. Ele, tanto quanto ela, são verdadeiros artistas na arte da prestidigitação e da dissimulação.
Enquanto não chega ao hight society, o par de vasos se contenta com o reles poder de mandar, desmandar, fazer e não-fazer acontecer que exercem sobre seus animais de estimação.
A graça de sua história fica por conta do que o casal é capaz de fazer para não largar o osso. Se for preciso rir do Tribunal de Contas, ri; se lhe der na telha debochar da lei, da ordem e do progresso, debocha.
O par é a versão e mal clonada do casal original: Ele supera, dia após dia, até a sensação de azia que o acomete quando lê jornais que não o bajulam; ela, no desempenho de seu papel de calada da noite, a tudo consente.
No Brasil de Pafúncio e Marocas, a vida imita a arte. Mesmo que seja apenas uma antiga história em quadrinhos e não uma sarcástica superprodução atual do filho disso ou daquilo.