4 de ago. de 2011

GORDO - O CONSELHEIRO

Em matéria de política, o Garanhão de Pelotas sempre contou com um grande consultor para assuntos de qualquer natureza - de rombo a roubo; de atalhos a desvios; de malversação a boa conversação: O Gordo - seu irmão de fé, amigo e camarada para todas as jornadas.

Quando abriu sua empresa de Consultoria "Programa de Aceleração e Crescimento", seu patrimônio só aumentou graças aos conselhos e ao jogo de cintura que o Gordo lhe repassava.

Certa feita, desencantado da vida e desiludidio com algumas atitudes do Pai dos Pobres como proprietário intocável e mandachuva absoluto do governo da sua pátria amada, o Garanhão  estava decidido a largar tudo e voltar a ser um outro personagem qualquer desse enorme sítio de pica-paus, tucanos, picaretas e outras aves raras.

Andava chateado, com as frequentes explosões de mau humor e grossura que o Cara distribuía a torto e direito pra cima de todo mundo. Foi quando ouviu os conselhos do notável, mas não imortal, conselheiro Gordo:

- Garanhão, mermão... Tenha calma. O homem é bom.
- Como assim?!?
- Ele é que nem o Hitler, pô.
- Não tô entendendo.
- Seguinte: o Hitler era um cara bom...
- Bom?!?
- Era. O Hitler era um cara bom... Só não gostava de ser contrariado.

Dito isto, sorveu um bom gole da cervejinha de sempre e foi tratar da vida que a noite era sempre criança para ele. Ele adorava criança. Gostava de todo mundo. Do Hitler, do Cara... E do Garanhão que, por causa dele, ganhou muita grana como um dos grandes magos da consultoria republicana.

MORAL DA HISTÓRIA - Há alguns defeitos tão estreitamente relacionados com algumas virtudes que, às vezes, até podemos extirpar os vícios e as maldades, sem arrancar o que há de bom em uma lá que outra criatura "não comum".