Era pouco menos de 1982. O Tribunal Eleitoral nem tinha reconhecido ainda a ficha de filiação número um do PT, assinada por Apolonio de Carvalho, quando essa des/ventura me aconteceu.
Já disse e repito: de vez em quando eu não passo de uma pessoa normal. À miúde, sou um simples brasileiro, nada a ver com sarneys, dirceus, lulas, paloccis e demais blindados.
Falo nessa fundação do PT porque ele, logo mais adiante de especializou no produto que aparece no meio da pequena história. Por enquanto, vamos apenas voltar juntos aos Anos 80.
Sei, sei vou parecer um pavão, mas como Garanhão de Pelotas, não posso deixar de exaltar meus próprios feitos. Os piores deles, nem chegam aos pés dos “malfeitos” do Brasil de hoje. Em todo caso, são casos.
Sempre fui um irrecuperável boêmio, chegava em casa altas horas da madrugada. Trôpego e cambaleante, no mais possível silêncio para não acordar minha mulher de então.
Depois de mais uma gandaia, cheguei em casa naquele meio de madrugada. Luzes apagadas, fui tirando cuidadosamente as calças para enfiar-me primeiro no pijama e depois na cama.
A Operação Silêncio - não são só os Intocáveis da PF que botam título nas suas manobras - estava quase terminada quando, para meu azar, um monte de moedas caiu de um dos meus bolsos estrepitosamente no chão do quarto.
Rosa Linda – a terna dona do meu lar, doce lar da época - acordou-se em sobressalto e, vendo este seu maridão naquela situação, perguntou-me ainda sonoleta, tomada de surpresa:
- Garanhão! Cadê sua cueca???
- Hein, cueca?... Pô, me roubaram a cueca!
O casamento nunca mais foi o mesmo. Como jamais esse PT foi o mesmo também para o verdadeiro Partido dos Trabalhadores criado por Apolonio Carvalho, Mário Pedrosa, Antônio Cândido, Sérgio Buarque de Hollanda.
MORAL DA HISTÓRIA – Nunca deixe que o peguem de calças na mão. Sem cueca é pior que cueca com mancha de batom.