Pois eu, nesses tempos que correm desempenho o papel de consultor da República para assuntos de saúde, previdência e política. Não faço nada. Só observo e consulto. Se sou consultor da República, sou republicano; se republicano, ninguém é mais petista do que eu.
Justo é, pois, que me concentre no que se passa com meu presidente de honra, hoje atropelado por um câncer na garganta. Fico, no entanto, na periferia da coisa. Mais para fila do SUS do que para corredor do Sírio-Libanês.
Fiquei ciente, a horas tantas, de tudo que aconteceu na visitinha de médico que Dilma fez ao paciente Lula. E atento, por igual, ao que decorreu do breve encontro em que, aquele que não desencarna aproveitou para fazer uma pequena chantagem emocional: pedir para Dilma ser sua interlocutora junto a Marta, dizendo-lhe que desista de ser prefeita paulistana e deixe a mamata para Hadad, o Estapafúrdio.
Não deu outra. Dilma, a presidenta, foi diligenta. E aqui entrei eu, o Garanhão consultor que, a conveniente distância observei o chá das cinco entre as duas madames brasileiras e republicanas.
A primeira-mulher-presidenta Dilma, ao pedir a Marta para abandonar a disputa pela candidatura petista à prefeitura de São Paulo atendeu, na realidade, a duas vantagens pessoais: 1ª) agradou ao combalido Lula; 2ª) tentou acelerar a saída de Fernando Hadad do MEC, o que não acerta um Enem na vida. O diálogo entre elas foi rápido e esclarecedor:
- Marta, você disputa?
- Digo!
Pronto. Missão cumprida. E ainda mal-resolvida. Lula continua apreensivo e sem voz ativa nesse caso.
MORAL DA HISTÓRIA - Nem sempre a voz do povo soa como a voz de Deus.