Convidavam-se para os sábados pela manhã, jogavam futebol soçaite, caiam na piscina, davam raquetadas na quadra de tênis, comiam a feijoada mais carioca da Corte, ficavam para o café da tarde, carteavam, jantavam, esperavam o carreteiro e, de carta em carta, chegavam ao café da manhã do domingo na pérgula da piscina, iam a mais um jogo de bola, nadavam de novo e se atracavam no churrasco dominical à moda saideira.
- Ei, Garanhão, como foi que você se livrou da turba?
- Barbada... Pedi dinheiro emprestado pros amigos ricos e emprestei algum para os parentes pobres.
- Simples assim?
- Assim... Não paguei aos que me emprestaram e lhes disse que os pobres honrariam minha dívida.
O vizinho entendeu. Porque eram todos muito honrados, morriam de vergonha uns dos outros. Alguns por quê não se animavam a cobrar, os demais porque não podiam e nem pensavam pagar. Esse tipo de notícia se espalha mais que leptospirose depois da chuva em áreas de risco. A churrascalhada no Lago Sul nunca mais foi a mesma.
MORAL DA HISTÓRIA - Feliz é todo aquele que nas coisas desse mundo não se vê obrigado, pelas manhas do destino, a colocar à prova a lealdade dos amigos.