3 de fev. de 2011

Weekend na Mansão do Garanhão

A mansão do Garanhão de Pelotas, no Lago Sul, em Brasília era um verdadeiro clube. Aos fins de semana, velhos amigos do peito e os parentes de dias prósperos, começavam a baixar, na maior sem-cerimônia.

Convidavam-se para os sábados pela manhã, jogavam futebol soçaite, caiam na piscina, davam raquetadas na quadra de tênis, comiam a feijoada mais carioca da Corte, ficavam para o café da tarde, carteavam, jantavam, esperavam o carreteiro e, de carta em carta, chegavam ao café da manhã do domingo na pérgula da piscina, iam a mais um jogo de bola, nadavam de novo e se atracavam no churrasco dominical à moda saideira.

De repente, sumiram todos. Assim, como que por encanto. Simplesmente deixaram de freqüentar a mansão que voltou à placidez e à calmaria das tardes de folga às margens mais nobres do Paranoá. O vizinho da frente, atônito diante da repentina mudança de hábitos, quis saber o que havia acontecido:

- Ei, Garanhão, como foi que você se livrou da turba?
- Barbada... Pedi dinheiro emprestado pros amigos ricos e emprestei algum para os parentes pobres.
- Simples assim?
- Assim... Não paguei aos que me emprestaram e lhes disse que os pobres honrariam minha dívida.

O vizinho entendeu. Porque eram todos muito honrados, morriam de vergonha uns dos outros. Alguns por quê não se animavam a cobrar, os demais porque não podiam e nem pensavam pagar. Esse tipo de notícia se espalha mais que leptospirose depois da chuva em áreas de risco. A churrascalhada no Lago Sul nunca mais foi a mesma.

MORAL DA HISTÓRIA - Feliz é todo aquele que nas coisas desse mundo não se vê obrigado, pelas manhas do destino, a colocar à prova a lealdade dos amigos.