Aí, nos especializamos em cobrar faltas. Até goleiro bate. E bate como ninguém. No Brasil, afora José da Cruz e Souza - campeão de tênis sem rede e sem bolinha - todo mundo nasce craque e nem precisa ter, só para desdizer Ronaldinho, "um pouquinho de Flamengo". No Brasil até a mãe do Garanhão de Pelotas tem bola no Pé.
Reprodução/Blog JovemPan
Pois agora, vésperas de 9 de fevereiro, dia de amistoso com a França, o Garanhão rememora o glorioso 10 de agosto do ano passado, data de estréia de Mano Menezes na Seleção contra um conjunto dos Estados Unidos, em Nova Jersey. Mano entrou de pé direito: 2 a 0 numa equipe que tinha tudo para ser campeã mundial de beisebol e olímpica de natação.
E ganhamos, nós e o Mano Menezes, por 2 a 0. Foi bom, mas ficou a sensação de que poderia ter sido um pouquinho mais, coisa assim de 6 a 1, como foi aquele amistoso que o Dunga fez contra a Islândia, antes de começar a Copa da África.
Mas aí também esse 1 seria demais. Doeria, porque contra a Islândia ou aquele time dos americanos de Nova Jersey, até a mamãezinha do Garanhão jogava. Jogava mesmo. E o Garanhão mata a a cobra e mostra o pau.
Ontem mesmo - é ele quem conta - cumprindo a habitual visita de médico que o Herói dos dois Pampas faz a sua genitora, desde que ela deixou o hospital, o Garanhão foi testemunha ocular do golaço que ela marcou ali mesmo do seu lado.
Cercada de dores pela crise dos seus lúcidos e fantásticos 87 anos, ela conversava com o nobre filho, atilada e dorida, sobre futilidades, coisas genéricas: tempo, netos, receitinhas caseiras, remédios...
O Garanhão se distraía com o papo e com uma bola de plástico das crianças da casa. A bola - leve como uma jabulani - fugiu do seu controle e foi cair aos pés da mãe convalescente, na cadeira ortopédica. Ela não desperdiçou a chance: por reflexo, expedita e esperta com a mobilidade de um Romário na área de risco, ela bateu na peronha, de pé direito.
A bola foi em cheio na tela da TV, bem no meio do Globo Esporte. Ironia: o goleiro dos Estados Unidos estava no ar. Ele nem viu por onde a bola passou. A assessoria de Barak Obama jura que o goleiro era aquele da Islândia.
MORAL DA HISTÓRIA - O Futebol, tá no sangue do brasileiro. Basta saber bater na bola que nem precisa de treinador. Muito menos de 200 amistosos até à próxima Copa do Mundo. Ainda mais que ela já tá no papo... Vai ser aqui em casa.