O Garanhão de Pelotas é um grande herói. É nobre, sensível e quando tem que endurecer endurece-se, pero sin perder la ternura. Não é daqueles heróis que ganham todas. Tem seus momentos de brasileiro-baixo clero, como todos nós que, por capricho dos deuses, não nascemos e nem nos fizemos políticos.
Um dos seus momentos de vacilo e fraqueza foi aquele tal de casamento com Mariana Bibiana. Quando se deu conta, já era tarde, Inês era morta. Viva era Mariana Bibiana. E foi por essa vivacidade que o Garanhão acabou com a relação. Foi uma coisa assim, rápida e rasteira.
Pois, naquela noite, estavam ambos enrodilhados na alcova de seu ainda modesto bangalô, quando o telefone tocou. Ela, expedita, movimentou-se para atender. O Garanhão, mais rápido ainda, avisou-a:
- Se for para mim, diga que não estou.
Mariana Bibiana aquiesceu com um leve meneio de cabeça e, com voz sensual, atendeu:
- Sim, ele tá em casa...
O Garanhão subiu nas tamancas e, em voz baixa e firme reclamou:
- Pô, eu não lhe disse que...
- Era pra mim, benzinho.
O casamento - maior mancada dos jovens tempos do Garanhão - durou menos do que aquela ligação telefônica. No dia seguinte, nosso herói estava solteirinho pro resto da vida.
MORAL DA HISTÓRIA - O casamento é uma mulher demais e um homem de menos.